terça-feira, 24 de março de 2009

Gestão do Conhecimento nas Equipes
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Podemos definir equipe como um pequeno número de pessoas com competências complementares que estão empenhados em um propósito comum, com metas de desempenho, e onde todos são mutuamente responsáveis pelo sucesso. Exemplos de equipes de sucesso podem ser encontrados em todos os ramos de atividades, e estamos vendo exemplos mais fortes disso nas olimpíadas, onde, por exemplo, a equipe de revezamento dos Estados Unidos trabalhou de forma a garantir o melhor desempenho possível, sendo premiados com a quebra do recorde mundial.

Katzenbach e Smith (1993) em “A Sabedoria das Equipes”, focam nos meios para se obter uma cultura de equipes de alto desempenho, onde seus membros estão determinados a atingir objetivos comuns. Eles concluem que o fator mais importante para que uma equipe consiga atingir alto desempenho é focar apenas nisso: desempenho.

Para que as equipes consigam manter o foco em seu desempenho, é necessário gerenciar seu conhecimento, pois estas devem se comunicar e aprender o que for necessário para a realização de suas tarefas, devem procurar manter suas “portas” sempre abertas para novos conhecimentos. Porém é mais fácil falar sobre a gestão do conhecimento que colocar em prática ações que viabilizem a formação de uma cultura de alto desempenho.

Em pesquisas realizadas sobre o desempenho de equipes e gerenciamento do conhecimento aparecem alguns problemas que os gestores devem trabalhar para que sejam evitados, tais como:

- Os membros da equipe não têm conhecimento das experiências anteriores de sua equipe ou das habilidades especiais de seus parceiros;

- Novos membros que se juntam a uma equipe já existente não têm conhecimento dos acontecimentos cruciais (e posteriores aprendizados) que aconteceram antes de sua chegada à equipe. O que leva muitas vezes os novos membros a se sentirem como cegos em tiroteio;

- Existe uma falta de conhecimento sobre os interesses das partes interessadas e das suas expectativas no que diz respeito ao trabalho da equipe;

- O conhecimento que um membro da equipe adquiriu externamente ou foi desenvolvido por ele próprio não é suficientemente compartilhado com os demais membros da equipe. Muitos membros de equipes, devido à pressão de tempo, sentem-se insuficientemente informados pelos outros membros da equipe e acabam não compreendendo suas tarefas, problemas e resultados.

- A criação do conhecimento coletivo é muitas vezes dificultada devido ao tempo, fuso horários, língua ou problemas de coordenação. O que leva os membros da equipe a terem diferentes curvas de aprendizado;

- As equipes não conseguem, de forma sistemática, se reunir e combinar as suas próprias perspectivas sobre os processos e resultados e não conseguem coletar lições aprendidas para projetos futuros. Alguns gerentes quando questionados se a equipe coletou lições aprendidas no final de uma fase ou do projeto, responderam que "nós deveríamos, mas raramente temos o tempo ou a disposição para isso".

A fim de resolver esses problemas, os gestores devem fornecer à equipe espaços de comunicação real e virtual juntamente com um conjunto de ativos orientadores. Eles necessitam assegurar que os processos de gestão do conhecimento tenham lugar na equipe. Em estudos realizados em empresas de desenvolvimento e consultorias, foram identificados quatro principais processos de gestão do conhecimento:

- Auditoria do conhecimento da equipe – Cujo objetivo é fazer com que o conhecimento presente na equipe (perfis, experiência, contatos, etc.) seja transparente e também as deficiências de conhecimento da equipe em relação ao trabalho a ser executado. Este processo deve ocorrer durante o período inicial, quando se está formando a equipe. Aqui se espera conhecer o know-what (informação disponível), know-how (experiências anteriores e habilidades), know-who (contatos internos e externos) e know-why (objetivos, motivações, expectativas).

-Desenvolvimento do conhecimento da equipe – Consiste na aquisição do conhecimento de fontes externas e nas atividades de criação do conhecimento por meio de experimentação ou colaboração dentro da equipe. Esse processo gera o que podemos chamar de “artefatos de conhecimento”, tais como protótipos, conceitos, protocolos e relatórios.

- Atualizações mútuas e briefing – O objetivo é o de combinar as percepções individuais para o estoque de conhecimento da equipe. Este processo pode ter a forma de uma breve apresentação, ou formatos mais elaborados, tais como: seções de Q&A (perguntas e respostas), salas de guerra, série de seminários.

- Revisões – Este processo tem como finalidade refletir de forma sistemática sobre o conhecimento que a equipe foi capaz de adquirir durante as fases de um processo ou projeto. Especificamente, as seguintes perguntas devem ser respondidas: o que funcionou bem em nosso processo colaborativo, o que não funcionou e porque e o que vamos fazer de forma diferente, como resultado do que foi conseguido? Ao responder estas questões teremos quatro tipos de lições aprendidas:

1. Erros comuns, armadilhas, e incidentes críticos (e as suas principais causas);
2. Práticas bem sucedidas, fatores críticos de sucesso, e work-around;
3. Perguntas e respostas recorrentes; e
4. Experiências com ferramentas, recursos e parceiros.

Esses quatro processos são fundamentais para a gestão do conhecimento em uma equipe. Sua implantação e efetivo uso dependerá de cada organização e do uso de ferramentas adequadas por parte dos gestores.

http://www.ogerente.com.br/novo/colunas_ler.php?canal=16&canallocal=48&canalsub2=155&id=2303

segunda-feira, 23 de março de 2009

Existe um programa free que adapta o Office 2007 para exibir menus do Office 2003.

Um ítem denominado MENU exibe a barra 2003. Ao escolhermos o item desejado, a barra é ocultada.

Read about it here:http://news.office-watch.com/t/n.aspx?articleid=799&zoneid=12

Download it here: http://www.ubit.ch/fileadmin/UBitMenu/UBitMenuSetupBR.exe

domingo, 22 de março de 2009

Invista como Warren Buffett
| 21.08.2008
O que o bilionário americano, um dos investidores mais admirados do mundo, tem a ensinar aos pequenos aplicadores


Michael O’Neill/Corbis Outline
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Por Giuliana Napolitano

EXAME O bilionário americano Warren Buffett, um dos investidores mais bem-sucedidos de todos os tempos, costuma dizer que seu prazo favorito de aplicação é “para sempre”. Quem tivesse isso em mente na década de 60, no início das atividades de sua empresa de investimentos, a Berkshire Hathaway, poderia ter ficado milionário. Mil dólares aplicados nas ações da companhia em 1965 teriam se transformado em cerca de 3 milhões de dólares em agosto de 2008. É verdade que o período engloba mais de 40 anos, mas uma alternativa similar de investimento — usar os mesmos 1 000 dólares para comprar os papéis que integram o índice S&P 500, da bolsa de Nova York — teria rendido pouco mais de 65 000 dólares. O desempenho excepcional de Buffett é fruto de uma estratégia peculiar — e, para muitos, discutível. Diferentemente do que prega a maioria dos especialistas financeiros, Buffett não diversifica suas aplicações e ignora relatórios de previsões econômicas. Polêmicas à parte, o certo é que o jeito Buffett de fazer negócios tem se mostrado eficaz. Muito eficaz.

Com base em livros publicados sobre Buffett e em textos que ele próprio escreveu para apresentar os resultados de sua empresa aos acionistas, EXAME compilou algumas das principais lições do guru. Antes de lê-las, porém, vale um alerta: os conselhos não são um manual sobre como se tornar um ás do mercado financeiro. Buffett aprimorou sua estratégia ao longo de mais de quatro décadas, quando adquiriu o controle ou participações majoritárias em centenas de companhias de diferentes tamanhos — da Coca-Cola à fabricante de doces See’s Candies. Hoje, administra um patrimônio de 280 bilhões de dólares. “Se alguém fizer um curso para aprender a jogar bola como Pelé, dificilmente vai conseguir reproduzir suas jogadas mais brilhantes. Mas é inegável que poderá se tornar um jogador melhor depois das aulas”, diz Rui Tabakov Rebouças, dono da gestora de recursos Tabakov Capital, com sede em Nova York, e ele próprio co-autor de um livro sobre as estratégias do megainvestidor, Os Ensaios de Warren Buffett (edição do autor).


Ignorar análises macroeconômicas
“Trinta anos atrás, ninguém poderia ter previsto o imenso impacto da Guerra do Vietnã, de duas crises do petróleo, da renúncia de um presidente, da dissolução da União Soviética (...). Diferentes choques ocorrerão nos próximos 30 anos. Não tentaremos prevê-los nem lucrar com eles”, escreveu Buffett em carta aos acionistas da Berkshire Hathaway em 1994. Ele atribui o sucesso de seus investimentos em empresas à combinação entre a análise criteriosa dos resultados e das perspectivas desses negócios e o valor de suas ações na bolsa. Seu lema é comprar bons negócios por baixos preços e, se possível, mantê-los por um longo prazo.

Aprender a avaliar empresas
Pode parecer complicado para o pequeno investidor, mas, com alguma dedicação, é possível avaliar empresas para tentar descobrir bons negócios, segundo Buffett. Como fazer? O primeiro passo é escolher poucas empresas para acompanhar — de preferência de um ou dois setores. O conselho de Buffett é se concentrar em mercados que o investidor já conheça ou entenda. Por exemplo, alguém que passou a vida trabalhando em companhias de varejo terá mais condições de analisar supermercados e outras empresas do setor do que siderúrgicas. “Especialização e sucesso andam de mãos dadas”, escreveu Mark Tier, autor de Investimentos: Os Segredos de George Soros e Warren Buffett, publicado no Brasil pela editora Campus.

Definido o nicho, o passo seguinte é levantar informações sobre as empresas que serão analisadas. De forma geral, isso pode ser feito lendo os relatórios de análise de bancos e corretoras e os balanços anuais publicados pelas companhias abertas. Mas também vale a pena buscar informações in loco. Uma história famosa sobre Buffett conta que, em 1965, ele passou cerca de um mês contando os vagões-tanque que passavam pela ferrovia de Kansas City. Buffett não estava interessado nos trens, mas numa empresa que fabricava aditivos para a gasolina transportada nos vagões. Queria saber se a demanda pelo produto estava aumentando. Quando os carregamentos, de fato, cresceram, ele comprou ações da empresa e embolsou um ganho de mais de 60%.

A recomendação de Buffett é procurar características que diferenciem a empresa de seus concorrentes — por exemplo, custos mais baixos de produção, uma marca consolidada ou a liderança isolada de um mercado. É o que ele chama de “fosso” ou “barricada”, isto é, algo que funciona como uma barreira e deixa as demais companhias do setor distantes.

Aproveitar a volatilidade
Uma vez que o investidor define em quais ações quer aplicar, o melhor negócio é comprá-las pelo menor preço possível. Por isso, diz Buffett, a volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”. São os altos e baixos das bolsas de valores que permitem que papéis de empresas atrativas sejam comprados por preços baixos. Seu raciocínio, extraído de uma carta aos acionistas em 1997, é o seguinte: assim como quem vai trocar de carro de tempos em tempos — e não é uma montadora — deve preferir que os preços dos automóveis fiquem baixos, quem pretende poupar mais do que gastar nos próximos dois ou três anos deve torcer por um mercado de baixa. “Somente aqueles que serão vendedores de ações no futuro próximo deveriam ficar felizes com sua valorização”, escreveu ele.

Pensar no longo prazo
Para conseguir ganhar com a instabilidade dos mercados, o investidor precisa, de fato, ter condições de deixar seu dinheiro aplicado por prazos longos — no caso da Berkshire Hathaway, isso significa manter uma ação em carteira por décadas. A Coca-Cola, por exemplo, faz parte de seu portfólio desde 1988. Isso não quer dizer, porém, que Buffett nunca venda as ações ou participações de empresas que possui. “Ele se desfaz de alguma posição quando acha que a companhia não tem mais como se valorizar ou quando houve algum erro na sua avaliação”, diz Rui Tabakov, que organizou um seminário sobre investimentos que abordará vários aspectos da estratégia de Buffett e ocorrerá no início de setembro em São Paulo.

Não diversificar
Um dos conselhos mais repetidos no mundo dos investimentos é o que diz que a melhor forma de reduzir riscos é diversificar suas aplicações. Buffett pensa o contrário. Para ele, o risco aumenta quando se investe em muitas empresas, porque é impossível ter informações detalhadas sobre todas elas. “Diversificação é uma proteção contra a ignorância e não faz muito sentido para aqueles que sabem o que estão fazendo”, diz ele, que mantém quase todo o seu patrimônio aplicado nas ações da Berskhire Hathaway. Até aqui, essa estratégia transformou Buffett no homem mais rico do mundo, com um patrimônio estimado em 62 bilhões de dólares.

http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0925/investimentospessoais2008/m0166281.html
A visão de Warren Buffett sobre a crise
Megainvestidor elogia ação do governo, alerta sobre bolha dos títulos públicos nos EUA e vê crise duradoura, mas aposta em superação

| 02.03.2009 | 09h30
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Portal EXAME -

O fundo Berkshire Hathaway teve em 2008 seu pior ano desde que começou a ser controlado pelo mega investidor Warren Buffett, na década de 60. O lucro do fundo caiu 62%, com o pior resultado concentrado no quarto trimestre. Na tradicional carta anual aos acionistas, Buffett, considerado o homem mais rico do mundo pela revista "Forbes", defendeu a atuação do governo dos Estados Unidos contra a crise e admitiu que cometeu uma série de equívocos. O megainvestidor alertou ainda para a formação de uma bolha no mercado americano de títulos públicos e admitiu que a crise pode ir além de 2009, mas mostrou otimismo com a capacidade da economia dos EUA em superar desafios. Veja abaixo alguns dos principais pontos da carta:
|Veja também
Invista como Warren Buffett
Buffett invesye US$ 5 bi no Goldman Sachs
Os conselhos de Buffett

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+ Todas as notícias
Sobre a economia
"Nós estamos certos, por exemplo, que a economia vai se arrastar durante 2009 - e provavelmente por mais tempo que isso. Mas isso não nos diz se o mercado de ações vai subir ou cair nos próximos meses."
"Nós vivemos uma disfunção do mercado de crédito, que rapidamente se tornou não-funcional em diversos aspectos. A senha ao redor do país é a mesma que eu via nas paredes de restaurantes quando eu era jovem: ‘Em Deus nós confiamos; todos os demais pagam em dinheiro’."
"A espiral degenerativa da economia obrigou o governo a tomar medidas em massa. Usando o vocabulário do pôquer, o Tesouro e o Fed [Federal Reserve, o banco central dos EUA] estão apostando todas as suas fichas. O remédio econômico tem sido distribuído a rodo. Essas doses, impensáveis há algum tempo, quase certamente terão seus efeitos colaterais. Cada um pode tentar adivinhar que efeitos serão esses, embora eu acredite que uma consequência provável seja um ataque inflacionário."
"Uma ação forte e imediata do governo era necessária no ano passado para evitar o total colapso do sistema financeiro. Se isso tivesse ocorrido, as consequências para todos os setores da economia teriam sido terríveis. Gostem ou não, os habitantes de Wall Street, Main Street e outras várias Side Streets de nosso país estão todos no mesmo barco."
"Em meio a essas más notícias, no entanto, nunca se esqueça de que nosso país teve de enfrentar dificuldades muito maiores no passado. (...) Nós superamos elas, sem falhar (...) Nossos melhores dias ainda estão por vir."
Sobre os derivativos de crédito
"Aumentar a transparência é o remédio favorito de políticos, comentaristas e órgãos reguladores das finanças para evitar que o trem volte a sair dos trilhos, mas isso não resolve o problema dos derivativos. Eu não conheço nenhum mecanismo de divulgação que chega perto de descrever e mensurar os riscos de um enorme e complexo portfólio de derivativos. Auditores não conseguem auditar esses contratos, e reguladores não conseguem regulá-los. Quando eu leio as páginas de divulgação dessas informações no balanço das empresas, tudo que eu descubro é que eu não faço idéia do que está acontecendo em seus portfólios (e então eu procuro alguma aspirina)."
Sobre o mercado imobiliário
"A atual ruína do mercado imobiliário deveria servir como lições simples para compradores de casas, bancos, corretores e governos. A aquisição de casas deveria exigir o pagamento à vista de ao menos 10% do valor do imóvel e prestações mensais que caibam confortavelmente no orçamento do mutuário. A renda do comprador deveria ser cuidadosamente examinada."
"Colocar pessoas em casas, apesar de ser uma meta desejável, não deveria ser o primeiro objetivo de nosso país. Manter essas pessoas em suas casas deve ser a nossa ambição."
"O ano passado foi terrível para a venda de imóveis, e 2009 não parece melhor. Nós continuaremos, no entanto, a realizar operações quando houver oportunidades a preços sensatos."
Sobre novas bolhas
"Quando a história financeira desta década for escrita, certamente ela falará sobre a bolha da internet no final dos anos 90 e da bolha imobiliária nos últimos anos. Mas a bolha do mercado de títulos do Tesouro americano gerada a partir do final de 2008 poderá ser lembrada como algo quase tão extraordinário."
"Os governos locais terão de enfrentar problemas fiscais mais severos no futuro do que os que estão sendo visto até agora. As dívidas previdenciárias sobre as quais eu falei no balanço anual divulgado no ano passado serão um grande contribuinte para esses infortúnios. Muitas cidades e estados ficaram horrorizados quando analisaram o orçamento no final de 2008. A diferença entre os ativos e o valor atuarial real de suas dívidas é simplesmente incrível."
Sobre o desempenho do Berkshire
"Durante 2008 eu fiz alguns investimentos estúpidos. Eu cometi ao menos um grande erro por delegar poderes e outros equívocos menores que também machucaram. Além disso, eu cometi erros por omissão, chupando meu dedo enquanto fatos novos surgiam e que deveriam ter me levado a reexaminar minhas convicções e a agir prontamente."
"No final do ano, investidores de todas as classes estavam sangrando e confusos, como se fossem pequenos passarinhos perdidos em um jogo de badminton."
"O Berkshire sempre foi um comprador de empresas e de ações, e o desarranjo nos mercados deu uma freada em nossas aquisições. Se for investir, lembre-se que o pessimismo é nosso amigo e a euforia é o inimigo."
"O valor de mercado dos títulos e ações que continuamos a possuir sofreu um declínio significativo, assim como o mercado em geral. Isso não deve me chatear. Aliás, eu gosto da queda de preços desde que tenha mais dinheiro disponível para aumentar minhas posições."
"Alguns anos atrás nossos competidores faziam algo chamado de ‘aquisições alavancadas’. Mas esse se tornou um nome ruim. Então essas empresas decidiram mudar de nome. O que elas faziam não mudou na essência, inclusive o gosto pelas aquisições alavancadas. Só que a nova denominação sob a qual eles trabalham passou a ser de fundos de private equity."
http://portalexame.abril.com.br/financas/visao-warren-buffett-crise-424456.html
O herói da bolsa
Pesquisa exclusiva feita pela TNS InterScience em parceria com a DINHEIRO mostra o perfil do novo investidor brasileiro e como ele consegue driblar a crise

ANA CLARA COSTA


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MACEDO COMPROU PETROBRAS A R$ 45 E AGORA PRECISA ACALMAR O URSO

ELE ACREDITOU. FEZ POUpança, mas se cansou da velha caderneta e do CDB e tentou conhecer melhor o mercado de ações. No começo, levou alguns tombos típicos de principiantes, mas, com o tempo, aprendeu a lição e viu que a bolsa subia, subia, subia em um céu que parecia não ter fim. Todos diziam a ele que o Brasil tinha finalmente entrado nos eixos. E ele acreditou novamente. Mas o conto de fadas teve data e hora para acabar e levou para baixo uma boa parte da rentabilidade das quase 500 mil pessoas físicas que aplicavam na BM&FBovespa em outubro de 2008, mês em que o Ibovespa ficou abaixo dos 30 mil pontos. Apesar do baque, ele continuou ali, firme e forte, engolindo a seco cada real que escapava do preço de suas ações. Esse investidor - que nasceu eufórico, quebrou a cabeça, ganhou muito e também se frustrou - é aquele que segurou suas ações e não irá vendê-las. Acredita em uma recuperação brasileira, está comprando na baixa e é ciente do risco que corre. Otimista, mas sensato. Conservador, mas com uma pequena cadência arrojada. Este é o perfil do novo investidor brasileiro, traçado em uma pesquisa exclusiva elaborada pela DINHEIRO e TNS InterScience. Por meio da metodologia quantitativa, foram ouvidos 210 investidores residentes em São Paulo e no Rio de Janeiro até dezembro do ano passado. E pelo menos uma constatação pode surpreender os mais pessimistas em relação à atual crise financeira: este aplicador está tranquilo e aguardando o temporal passar. E, enquanto a tormenta não passa, esse investidor aumenta sua carteira de ações.

A RENDA MÉDIA DOS INVESTIDORES É DE R$ 8,2 MIL SENDO QUE 66% TÊM RENDIMENTO MAIOR

Comprar na baixa é um dos conselhos básicos de investimentos. Mas nem sempre é fácil segui-lo. A tendência, segundo a disciplina de finanças comportamentais, é o investidor demorar para aceitar que seu patrimônio está se desvanecendo. Mas quando o faz, em um ato súbito, acaba realizando o prejuízo. Este, no entanto, não foi o resultado apurado na pesquisa. Ela revela, por exemplo, que 69% dos investidores brasileiros mantiveram suas carteiras após a grande queda de outubro passado. Dos que venderam suas ações, 31% afirmam não ter sofrido prejuízos, já que a bolsa estava ainda em um patamar superior ao do início de seus investimentos. Dos que realizaram lucro antes da queda (cerca de 39%), apenas 7% o fizeram quando a bolsa estava acima de 70 mil pontos. E 28%, quando o Ibovespa marcava entre 60 mil e 70 mil. "Foi importante para os investidores, principalmente para os que nunca tinham visto uma queda tão grande. É um aprendizado que eles levarão para o longo prazo", afirma Rogério Karp, da Ágora Corretora. Segundo ele, a resposta dos próprios clientes da Ágora corrobora o comportamento mais sereno do investidor. "Eles se preocuparam no início, mas logo perceberam que se tratava de uma fase e que as chances de recuperação são inegáveis. São pessoas com visão de longo prazo, bem diferentes dos jogadores que havia na bolsa nos anos 80", diz. O empresário paulistano Marcelo Macedo, 33 anos, investe na bolsa há dez anos. Sempre optou por diversificar seu risco entre papéis, fundos de ações, renda fixa e imóveis. No início, chegou a perder 90% do que havia investido quando as ações da GloboCabo S.A. praticamente viraram pó, após uma reorganização societária. A partir de então, investiu só em bluechips. Cliente da Hedging Griffo, ele também colocou parte do seu capital no Fundo Verde, quando este ainda estava aberto. Em cinco anos no fundo, conseguiu dinheiro suficiente para comprar sua atual residência, um luxuoso apartamento em São Paulo. Usiminas, Petrobras, Vale, Bradesco e Banco do Brasil são as escolhas de Macedo. E, mesmo tendo visto sua carteira se desvalorizar dia após dia, ele não se desanima. "Comprei Petrobras por R$ 45, então ainda estou no prejuízo. Mas isso não me afeta. Continuo com meus papéis. E penso na minha aposentadoria daqui a 30 anos. Sei que a bolsa vai se recuperar", diz, confiante. O ano de 2009, para ele, será o ano de ir às compras. "Quem entrar agora vai sorrir muito quando ela voltar aos níveis que estava antes, assim como já aconteceu em tantas outras ocasiões. Alguém lembra onde estava a bolsa em 2002?", questiona, relembrando a queda ocorrida durante as eleições presidenciais daquele ano.

INFOGRAFIA: ANDERSON CATTAI
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Assim como Macedo, 29% dos investidores entrevistados na pesquisa também comprarão mais papéis este ano, sendo que 27% do total já havia feito novas compras nos últimos seis meses. Os que responderam que não reinvestirão este ano ainda são maioria (41%). Outro que aproveita os preços baixos para fazer novas compras é o empresário carioca Rafael Coletta, 32 anos. Dono de uma factoring, ele começou a investir há sete anos e também perdeu muito no início.
FOTOMONTAGEM: TOLLER SOBRE FOTO DE PAULO JARES
COLETTA, O OUSADO: investiu em opções, perdeu R$ 200 mil e mudou a estratégia

"Resolvi operar opções e perdi quase R$ 200 mil em dois anos", relembra. O baque o estimulou a mudar de estratégia. Agora, o empresário tem uma carteira de longo prazo somente com bluechips, como Usiminas, Petrobras e Vale, e utiliza os dividendos para fazer novas compras. Também realiza venda coberta de opções, operação considerada de baixo risco, para aumentar seu número de ações. "A bolsa não é um cassino como o que eu joguei um dia", diz. Coletta possui 40% de seu patrimônio em ações, mas ainda assim se considera conservador. "Eu não realizo lucro e só realizarei dentro de 10, 15 anos. Isso é ser conservador", pondera.

A resposta de Coletta corresponde à autoavaliação que os investidores fizeram durante a pesquisa - 44% deles se diziam conservadores na hora de investir. Somente 34% dos investidores, no entanto, afirmaram ter 10% ou menos de seu patrimônio aplicado na bolsa. "Esse ponto me chamou bastante a atenção, pois muitos estão convictos de que investir no longo prazo é a mesma coisa que ser conservador", diz Felipe Menezes, diretor da TNS InterScience e coordenador da pesquisa. Outro ponto que une a maioria dos novos investidores é a confiança nas ações de primeira linha, mesmo após a crise. Muitos migraram das small e middle caps para os papéis de maior liquidez na bolsa. De acordo com a pesquisa, se antes apenas 44% dos investidores aplicavam somente nas ações mais negociadas, agora esse numero subiu para 79%. Macedo é um dos que afirmam que jamais voltarão a investir em papéis com baixa liquidez. "Às vezes meus gestores até recomendam alguns, mas eu não compro", diz.
FABRIZIA GRANATIERI/AG. ISTOÉ "Para uma geração que só conhecia o mercado em alta, quem ficou está fortalecido"
Mauricio Bastter

Investir em blue chips, porém, também não é sinônimo de risco zero. E empresas com menor liquidez também estão longe de ser as vilãs do mercado. Afinal, toda blue chip já foi um dia uma small cap. Mas o investidor parece não ligar. O que ele busca mesmo é estabilidade e rentabilidade, se possível, ao mesmo tempo. "Trata-se de uma geração que só conhecia a alta. Alguns ficaram na esperança da recuperação rápida, que não aconteceu. Quem sobreviveu vai sobreviver mais forte", afirma Mauricio "Bastter" Issa, o médico que virou consultor financeiro.

INFOGRAFIA: ANDERSON CATTAI
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Se o novo investidor brasileiro está hoje mais consciente, também está mais confiante a ponto de preferir administrar sozinho sua carteira de ações, deixando um pouco de lado os fundos. Segundo a pesquisa, 47% dos investidores compram ações, mas apenas 37% investem em fundos de ações. "Tem quem gerencie a carteira porque gosta. Mas era fácil quando a bolsa estava em alta", pondera William Eid Jr., professor da FGV. "Agora é que veremos o que é um bom investidor. Eu ainda acho melhor optar por um fundo de ações bem gerido, com pessoas que estudam para isso", diz. Para Eid, o investidor que aplica sozinho acaba temendo o mercado e só opta por blue chips, o que acarreta rendimentos sempre medianos.

O comportamento tão ponderado, que prenuncia uma maturidade maior no perfil do pequeno investidor, pode ser deixado de lado quando a bolsa voltar a subir. Pelo menos é o que diz a psicóloga Vera Rita de Melo Ferreira, que comanda um grupo de pesquisa sobre psicologia econômica: o comportamento eufórico nas aplicações pode voltar ao cotidiano dos investidores ao mesmo tempo que a bolsa voltar a subir com mais vigor. "É parecido com as pesquisas de dezembro que perguntam ao consumidor o que ele fará com o décimo terceiro. Ele sempre diz que vai poupar, mas em janeiro está todo endividado", diz. A necessidade de satisfação imediata é a principal culpada por tal comportamento. "Somos dominados pelo emocional. Se investir demais na bolsa acalma essa ânsia, ele vai voltar a fazê-lo quando ela disparar, o que é pior", explica, antes de fazer uma advertência. "Enquanto o ser humano não conseguir controlar essa vontade de ganhar dinheiro rápido, ele continuará perdendo na bolsa", afirma Vera. O novo investidor parece ter aprendido a lição. Mas será para sempre?

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/edicoes/596/artigo127732-2.htm
PROBLEMAS PESSOAIS NO TRABALHO

* Tom Coelho


O relógio toca as oito badaladas matinais, você registra sua presença no livro ou ponto eletrônico e automaticamente todos os seus dilemas pessoais são trancafiados no armário do vestiário. Agora você pode iniciar a jornada de trabalho com toda energia e foco em suas tarefas, as quais serão desenvolvidas com elevada produtividade. Contas vencidas, parentes enfermos e desilusões amorosas voltarão a habitar seus pensamentos apenas ao final do expediente.

O quadro acima é tão surreal quanto alguns empregadores gostariam que espelhasse a realidade. A publicitária alemã Judith Mair publicou em 2003 um livro intitulado “Chega de Diversão”, depois rebatizado de “Chega de Oba-Oba”, em que sentencia que trabalho não tem que ser sinônimo de prazer, o ambiente profissional não é lugar para amizades e a jornada deve terminar na empresa, sendo proibido levar serviço para casa.

O fato é que colocar uma linha divisória entre a vida pessoal e a profissional pode ser possível num mundo prussiano, mas é absolutamente impraticável dentro da cultura latina. Razão e emoção coexistem em nosso ser, a cada instante, onde quer que estejamos. Assim, o que podemos fazer é minorar o impacto de nossos problemas pessoais dentro do espaço corporativo, buscando conciliar nossos interesses com os da empresa.

Quando este equilíbrio deixa de ser atingido, as conseqüências são imediatas. Primeiro, o estresse, que em grau mais acentuado pode levar ao burnout. Em paralelo, surge o presenteísmo, a síndrome de estar presente no ambiente de trabalho, porém absolutamente desconectado das atividades profissionais, afetando drasticamente a produtividade. Mais adiante, vem o absenteísmo, a ausência física da empresa motivada seja por desestímulo, seja por doenças clinicamente identificadas.

Mas então, como lidar com estes infortúnios do cotidiano pessoal sem comprometer a posição na empresa? Algumas sugestões:

1. Siga pelo caminho do meio. Evite o isolamento, deixando de compartilhar seus problemas com as pessoas mais próximas. Passamos ao menos oito horas envolvidos com o trabalho. Se você não conversar com alguém, sua cabeça pode virar uma panela de pressão prestes a explodir! Entretanto, evite também a exposição demasiada. Você não precisa dividir seus anseios com todos ao redor, até porque no ardiloso ambiente corporativo há muitas pessoas à espera de descobrir suas fraquezas para lhe atacar. Seja seletivo.

2. Comunique. Seu superior hierárquico não tem bola de cristal para saber o que está se passando e pode avaliar sua apatia como desinteresse ou até desleixo. Informe-o, ainda que superficialmente, que está passando por uma fase difícil, mas que está em busca da superação.

3. Seja discreto. A menos que seu espaço seja delimitado por uma sala privada, com boa vedação acústica, onde seja possível trancar a porta, cuide para que seus assuntos pessoais sejam tratados reservadamente. Assim, afaste-se para falar ao telefone ou travar aquela batalha verbal comum a muitas discussões. Se o embate for pelo computador, certifique-se de fechar a tela que contém o diálogo ao sair do ambiente. E jamais, jamais chore em público. Alguns serão solícitos e lhe oferecerão carinho e apoio. Mas outros não se esquecerão deste seu momento de fragilidade. E usarão isso contra você no futuro.

4. Peça ajuda. Se o problema é de ordem financeira, procure obter um adiantamento ou um crédito consignado para solucionar o problema. Já se for uma questão de saúde, busque tratamento. Se enfermo, evite a automedicação e agende um médico. Se diante de dependência química, comece uma terapia. E tenha no RH ou Departamento de Saúde Ocupacional de sua empresa um aliado.

Se o seu desempenho está sendo prejudicado e seus problemas não estão sendo resolvidos, o melhor a fazer é se licenciar. Antecipe parte das férias para direcionar toda a atenção na solução do que lhe aflige. Em última instância, vale até considerar um pedido voluntário de demissão, negociando as condições da saída.

Se com você está tudo bem, mas seu colega de trabalho notadamente está passando por um período turvo, use da empatia e coloque-se por um instante no lugar dele, procurando ajudá-lo. Aconselhamento e orientação podem fazer toda a diferença. Afinal, lembre-se de que um dia os papéis poderão estar invertidos.


Tom Coelho, com formação em Publicidade pela ESPM, Economia pela USP, especialização em Marketing pela Madia Marketing School e Qualidade de Vida no Trabalho pela USP, e mestrando em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente pelo Senac, é consultor, professor universitário, escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting, Diretor Estadual do NJE/Ciesp e VP de Negócios da AAPSA.

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HABILIDADES PROFISSIONAIS IMPRESCINDÍVEIS NO FUTURO

Tatiana Aude

Habilidades que hoje não eliminam um candidato num processo seletivo, no futuro serão as primeiras a serem avaliadas.

“O tempo não pára”, já dizia o célebre cantor Cazuza em suas canções. E ele tinha razão. O relógio não deixa de funcionar porque estamos atrasados e nem as situações ficam ‘congeladas’ no tempo porque é conveniente para nós, seres humanos. Por muitas vezes o fato de não acompanharmos o ritmo dos acontecimentos é que ficamos atrasados e ultrapassados quando o assunto é carreira profissional, sucesso e ambiente corporativo.

As mudanças estão acontecendo em escala geométrica e, por mais jovem que uma pessoa seja, não deve se considerar a ‘dona da verdade’ quando o assunto é critérios de seleção e mercado de trabalho. O jornal Carreira & Sucesso consultou especialistas de treinamento e de desenvolvimento de pessoas que afirmam: alguns requisitos, num futuro próximo, serão eliminatórios na briga por uma vaga!

“O filho de um colega, conversando comigo, falou que estava em dúvida entre duas universidades para cursar. Uma com nome de peso e outra, bem interessante, mas nem tão conhecida. Eu até disse pra ele que a questão técnica e de nome, pesava muito, mas no passado! Hoje a questão é mais global, relacionada ao comportamento do candidato que, independente dos conhecimentos e da faculdade cursada, precisa desenvolver uma série de competências relacionais e atitudinais. Hoje isso já conta muito, e no futuro contará mais ainda. Essa é a novidade”, afirma Lucilaine Bordin Bellacosa, gerente de desenvolvimento de pessoas da CPFL Energia.

O assunto pode até não parecer novidade, mas em época de crise financeira, com a mídia chamando tanta atenção para notícias relacionadas a empregos e cortes de pessoal, é uma oportunidade de reflexão. Afinal, na luta por um espaço em meio a multidão, possuir uma habilidade difícil de encontrar – senão rara – torna-se o ingrediente necessário para a inclusão no mercado. Na própria CPFL, estes critérios já estão sendo incorporados.

“A gente procura, em geral, olhar se a pessoa está aderente aos princípios da empresa, que são a criação de valor, capacidade de superação, tolerar frustrações, ter resiliência, confiança e respeito nas atitudes consigo mesmo e com os outros. Não só ter respeito de cima pra baixo, como em todos os lados. Além disso, ter sustentabilidade, tanto comigo como inspirando isso com minha equipe e com quem está ao redor”, aponta.

Confira algumas competências apontadas pela gerente:

- Saber como agregar valor:“A pessoa precisa descobrir como ela dá resultado e impacta o resultado de uma empresa. Neste momento [de crise], utilizar essa ferramenta é chave! Também é importante detectar ações que não impactam o planejamento estratégico e eliminá-las”.

- Não ser workaholic, e sim produtivo:“É certo que você não consegue estabelecer, nos dias de hoje, horário fixo para trabalhar. As empresas estão ‘enxugando’ e quem fica assume novas realidades. Mas o que eu tenho a fazer é montar estratégicas para manter minha qualidade de vida. E pra isso não existe regra: eu posso trabalhar até 14 horas por dia e não me sentir estressada com isso, mas também não vale utilizar a situação para fazer figura no escritório. Tem que ser produtivo”.

- Voluntariado e hobbies:“Têm peso numa contratação, embora não sejam tudo. O que se deve atentar é que não vale eu ter um hobbie bacana ou no final de semana carregar criancinhas na creche se isso não está inserido na minha consciência sustentável. Tem que fazer parte de uma crença de valor que a pessoa possui”.

A consultora de treinamento Rosemary Bethancourt, da Catho Online, vai além nessa questão, e acrescenta outros fatores pontuais que vão ser acrescentados aos processos de seleção no futuro:

- Acompanhar a tecnologia digital:“Além de ter as habilidades pessoais e profissionais, o candidato do futuro vai precisar refiná-las e aprimorá-las com esses recursos. A tecnologia digital vai ser usada no aprimoramento das atividades e não simplesmente como um recurso técnico”.

- Independência responsável:“O profissional precisa se conhecer bem para buscar recursos necessários ao seu crescimento, bem como definir as ações que o levarão a alcançar os objetivos propostos para a sua carreira. Ou seja, tem que saber o que quer e confiar no seu potencial, refletindo credibilidade e determinação em suas atitudes".

- Colocar em prática o home office:“É preciso ser empreendedor, ter flexibilidade para inovar e resolver problemas, o profissional do futuro pensa e age como se a empresa fosse sua”.

- Consciência ambiental:“Em breve as entrevistas poderão abordar temas como o uso racional dos recursos naturais, reciclagem, ética e cidadania, entre outros."

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Projete: Novas idéias dinamizam sua vida

* Reinaldo Passadori

Definir um projeto é a primeira fase de qualquer realização que você conquistará em sua vida. A partir do momento que você tem um projeto de vida, você tem uma perspectiva precisa dos obstáculos que terá que superar e das benesses que irá adquirir ao alcançar seu objetivo.

“Projeto de vida” é uma expressão ampla, que abarca seus desejos nos âmbitos profissional, pessoal, social e familiar. No plano profissional, você pode almejar uma posição elevada na sua empresa, pode pretender crescer até alcançar a gerência ou a diretoria, pode desejar expandir sua carreira à dimensão internacional, entre outros diferentes objetivos que você pode ter.

Na sociedade, você pode querer uma posição de destaque e prestígio, ou não. Talvez você prefira ser mais low profile, reservar suas realizações à esfera pessoal, não atrair atenção pública. No plano pessoal e familiar, talvez sua realização esteja completa ao constituir uma família. Ou não: você pode se contentar com seus amigos e familiares, sem intenção de se casar e ter filhos.

Isto é, antes de traçar um projeto de vida, você pode vislumbrar várias opções vagas e sem foco. Mas ao projetar, você pode direcionar sua vida ao que tanto sonha. Ao delinear esse grande projeto, você focaliza o destino de sua vida e o passo a passo que o conduzirá às conquistas em cada um desses campos. Portanto, projete, trace objetivos, faça planos, sonhe e busque seus sonhos.

Muitas vezes, porém, o curso da vida não segue de acordo com o caminho previsto em nossos planos iniciais. Os tempos mudam, suas idéias mudam, enfim, você amadurece e muda ao longo de sua vida. Por isso, você deve ter flexibilidade para se ajustar às suas novas perspectivas, aos novos cenários e, conseqüentemente, aos contornos de seus novos projetos. Se você pensa que talvez esteja perdendo seu foco e personalidade ao longo do tempo, lembre-se que mudar de idéia não é nenhum motivo de vergonha. Seria vergonha não ter idéias para mudar.

Se você está no início de sua carreira, é bom se lembrar de seu projeto atual. Se você teve que enfrentar recentemente uma má fase, uma demissão ou desilusão com seu trabalho, projete, crie novos planos, mentalize novas idéias. Você é jovem e deve estar ainda mais aberto a novos projetos.

Você não é mais quem era antigamente e não sabe ainda quem será no futuro, porque você não está nem no passado nem no futuro, você vive o tempo presente. Por isso, concentre-se nos planos e ideais que você tem no momento presente. Esteja aberto a novas possibilidades, mas nunca se esqueça de quem você realmente é. Sua vontade o guiará por todo seu caminho, enquanto suas novas idéias irão dinamizar sua vida.

Dinamismo. Eis o que motiva e impulsiona qualquer projeto, porque a vida não é estática. A vida é dinâmica, e é assim que você deve ser para projetar e conquistar os seus sonhos.

* Reinaldo Passadori é especialista em Comunicação Verbal e Diretor do Instituto Reinaldo Passadori de Comunicação Verbal. Administrador de Empresas com especialização em Recursos Humanos. Autor do livro Comunicação Essencial – Estratégias Eficazes para Encantar seus Ouvintes (Editora Gente).

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Motivos Para o Seu Sucesso

* Reinaldo Passadori

A motivação é uma mola propulsora para termos determinadas atitudes diante da realidade. Todos nós somos movidos por forças vindas de diversas fontes, que influenciam o modo como nos posicionamos no mundo.

Alguns são movidos apenas por pressão, isto é, somente tomam atitudes e posições se acurralados pelo medo de serem penalizados. Eis um exemplo prático para esse comportamento: um profissional que só faz bem seu trabalho se pressionado pelo receio de ser demitido. Outros são movidos principalmente pela espera de uma premiação, o que caracteriza um comportamento sem iniciativa, porque nesse caso o profissional não só espera como prioriza por diferentes tipos de gratificação, recompensa financeira, prêmios ou meros elogios por seu trabalho. Em ambos os casos – de pressão e de premiação – a pessoa obtém sua motivação por forças externas. Porém, há ainda uma motivação de força interna: a automotivação. A pessoa que se concentra em sua automotivação recebe um estímulo interno para realizar seu trabalho. Esse estímulo é uma espécie de paixão, aliada a uma vontade de crescer e de se aprimorar não só no âmbito profissional, mas por toda sua vida.

Poderíamos dizer que a automotivação é resultado de uma equação básica, mas complexa, que pode ser aplicada em toda a sua vida: sua consciência mais sua auto-estima mais sua iniciativa. É essa fórmula com a qual, acompanhada de todo o seu aprimoramento pessoal e profissional, você pode alcançar seu foco. Mas, vamos esmiuçar essa fórmula – que, aliás, não deve ser interpretada como pura matemática, mas como uma combinação de fatores que influenciam cada fase de sua vida.

A automotivação se inicia com um processo de autoconhecimento. Tendo conhecimento de quem você é, do que você quer, do que você pode, de até onde você pode ir, você tem plena consciência de sua identidade e de seu potencial. Em diversas esferas de sua vida e, no caso, principalmente, no contexto profissional, com a consciência de si, você poderá identificar com mais facilidade os pontos em que é realmente bom e os campos em que ainda deve se aperfeiçoar. E, cultivando sua consciência, você alcançará um “estado de presença” contínuo, o que significa que você estará consciente em cada palavra que proferir, em cada pensamento que tiver e em cada gesto que fizer.

Além da consciência de si, você deve valorizar ainda sua auto-estima. É importante salientar que a auto-estima está intimamente relacionada ao processo de autoconhecimento. Uma pessoa que se conhece é alguém que sabe se dar o devido valor. É alguém que se ama, que se cuida, que busca crescer no trabalho, na vida particular, no relacionamento interpessoal. Nesse sentido, um profissional que possui a auto-estima elevada é alguém que se motiva a crescer sempre.

A consciência e a auto-estima, se aliadas à iniciativa, formam a personalidade de uma pessoa motivada. Isso porque a iniciativa – o ímpeto para tomar atitudes, a criatividade para ter novas idéias, a coragem para conquistar o espaço que lhe cabe – é a força motriz para impulsionar seu aperfeiçoamento. Primordialmente porque, quem é auto-motivado, não desiste nunca, não dá desculpas esfarrapadas, não cria empecilhos para seu crescimento.

Consciência mais auto-estima mais iniciativa, com esses vetores, uma pessoa pode motivar a si mesma, para progredir. Mas, lembre-se que tudo isso só faz sentido se você tiver um foco, uma meta, um objetivo. Nessa plenitude, você realmente verá motivos para alcançar o sucesso. Você é quem deve ser capaz de ver os reais motivos para buscar o seu sucesso.

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Balanço Pessoal: Planeje-se e Realize Seus Objetivos

Daniel Limas

O final de mais um ano se aproxima e com ele, surge em cada um de nós uma vontade única de pensar na vida, analisar os nossos erros e acertos e traçar novos objetivos, tanto pessoais quanto profissionais. O que muito não sabem, é que a tudo isso, as empresas chamam de Planejamento Estratégico. Mas salvo algumas adaptações, podemos utilizar os mesmos recursos para planejar a nossa vida. Mas fazer isso sem seguir algumas recomendações pode significar mais um ano de frustrações.

"Em todo final de ano costumamos dar uma olhada saudosa para trás no tempo e avaliar nosso desempenho como uma forma de despedida para entrar no ano novo com vida nova. Isso é praticamente um costume que adotamos ao longo de nossas vidas como uma forma de renovação e revitalização pessoal", explica Idalberto Chiavenato, presidente do Instituto Chiavenato, que desenvolve estudos e pesquisas na área da Administração. E o que se espera é que, terminado um ciclo partamos para um novo, sabendo onde conseguimos chegar. É aí que entra o tal do Planejamento Estratégico.

Muitos leitores devem estar estranhando a recomendação de uma ferramenta corporativa. No entanto, o planejamento estratégico pode ser aplicado, facilmente, na vida pessoal de cada um de nós. "Deve ser utilizado por qualquer mortal que deseja definir metas e objetivos ao longo do tempo e, com isso, traçar os caminhos adequados para chegar lá da melhor maneira possível", explica Idalberto. E este planejamento pode ser utilizado para analisar nossa trajetória sob diversos pontos de vista: profissional, social, familiar, emocional, etc. "É como se chegássemos ao pico de uma montanha e pudéssemos ver o longo caminho percorrido e o enorme esforço para chegar até lá. Uma espécie de reforço positivo que realimenta poderosamente nossas vontades e intenções", complementa.

"Contudo, balanço pessoal é um exercício que se deve fazer sempre e não apenas no final de um ano”, reforça Idalberto, oferecendo uma primeira recomendação. Essa é também a opinião de Orlando Pavani Júnior, diretor executivo da Gauss Consulting, empresa que desenvolve processos de gestão, e da Solutty, empresa especializada em gestão de vendas complexas e consultivas. Orlando também não acredita que devamos fazer o planejamento pessoal apenas no final de ano, apesar de ser essa a época em que as pessoas mais usam para fazê-lo. "Se é pra escolher uma data, aconselho fazer isso em um momento de renovação pessoal. Este o momento ideal, mas deveríamos fazer isso várias vezes ao ano".

A razão para esta recomendação é que devemos sempre nos preocupar com o nosso enriquecimento intelectual e com o crescimento da nossa carreira profissional. "Este é o momento ideal para realizarmos uma verdadeira autoavaliação que permita reduzir nossas dúvidas e dissonâncias, ao mesmo tempo em que fortalecemos nossas convicções e esperanças quanto ao futuro", pontua Idalberto. "Dê alguns minutos de seu dia para isso. Conduza a sua vida e não se deixe conduzir pelo acaso. Crie seu futuro e não permita que outros o façam", reforça.

Mas qual deve ser o ponto de partida? O ideal é comparar o que ela fez ao longo do ano com o que ela havia planejado e, a partir disso, refletir e fazer uma reprogramação ou comemorar. Mas há outros dois pontos que Orlando considera vitais: a inclusão de metas de desenvolvimento intelectual e emocional. "As pessoas têm se esquecido muito disso. Normalmente, planejam comprar um carro, casar, comprar a casa própria, mas poucos pensam no desenvolvimento intelectual e emocional, e esses são meios fundamentais para se conseguir qualquer coisa", explica Orlando.

Para ficar mais claro, Orlando reforça com um exemplo: "geralmente, as pessoas planejam emagrecer, mas não se preparam emocionalmente." Outra recomendação de Idalberto é colocar em um papel uma coluna de ativos e, de outro lado, passivos: créditos e débitos, benefícios auferidos e custos envolvidos, ganhos e perdas, aspectos positivos e negativos. "Tudo isso deve ser colocado lado a lado para permitir uma comparação crítica e objetiva de tudo o que conseguimos fazer e de tudo que não conseguimos por alguma razão. É momento de aprender com a experiência obtida. Mas não devemos ter o foco apenas nos erros cometidos, devemos privilegiar o aprendizado para o futuro", conceitua Idalberto.

Outra dica bastante valiosa trata do que se deve escrever no planejamento, as ações que farão você conquistar seus objetivos. "Não se deve escrever, por exemplo, ‘comprar um carro’. O ideal é decodificar e escrever ‘guardar tantos reais por mês. Para isso, preciso economizar tantos reais. E, claro, economizar", exemplifica Orlando.

Outro erro muito comum praticado por quem elabora um planejamento, é deixá-lo em local de difícil visibilidade ou simplesmente esquecê-lo. "Não adianta nada elaborar um belo plano, mas não deixá-lo em lugar visível. Por exemplo, não adianta manter o arquivo no computador. O ideal é colocar na porta do guarda-roupas ou colado no espelho. É para incomodar mesmo", recomenda Orlando. Além disso, ele mostra com um exemplo pessoal: "eu faço planejamentos mensais. Mas pode-se fazer a cada três meses. Aí, a pessoa pode retirar o que já não é mais foco e acrescentar itens novos."

Como fazer o plano funcionar?

Segundo Idalberto, em primeiro lugar deve-se estabelecer metas e objetivos elevados, mas possíveis de serem alcançados. Em segundo lugar, deve-se fixar prioridades e começar por elas, pois nem todos os objetivos podem ser alcançados de maneira eficiente e eficaz ao mesmo tempo. Terceiro: desdobrar os objetivos mais importantes em objetivos intermediários e definir indicadores ou métricas para você medir o avanço. Quarto: definir os fatores críticos de sucesso que o levarão ao alcance daqueles objetivos. E, finalmente, colocar tudo isso no papel e, periodicamente, avaliar como você está se saindo e fazer as correções devidas em função das mudanças que podem acontecer no meio do caminho.

Uma dúvida muito comum, tanto no mundo corporativo quanto na vida das pessoas é saber se a meta traçada é pequena ou grande demais. "Eu prefiro superdimensionar as minhas metas para que promova uma ação mais visceral. As metas menores, por serem mais fáceis, desmotivam e passam a ter pouca importância", indica Orlando. Para Idalberto, essa é uma questão muito pessoal e depende do modo como as pessoas funcionam. "Existem pessoas que são mais conservadoras e temerosas e há aquelas que são mais sonhadoras e superlativas. O importante é ter um excelente nível de realização, o que depende de conhecimento, habilidades e competências pessoais para a consecução de metas e objetivos", pontua.

Como dica final, e que diz respeito ao momento econômico em que vivemos, é dada por Orlando. "Nesse momento de crise, a dica mais importante sobre planejamento pessoal é traçar metas de desenvolvimento pessoal. É momento de viajar para dentro de si e descobrir-se mais. E não estou falando de terapia, de leituras, métodos que trabalham com o lado intelectual. Para se descobrir, é preciso experimentar e vivenciar para ver o que acontece. Certamente, os problemas mundiais seriam menores, tanto pessoal como corporativamente", finaliza.

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Job Rotation: quando é bom e quando ele é ruim para a sua carreira

Tatiana Aude

Quando uma empresa, ao lhe entrevistar para um novo emprego, lhe propor começar a trabalhar em um processo de Job Rotation, o que você vai achar? Alguns não têm idéia do que seja isso; outros acham muito interessante poder conhecer diversos departamentos e seus processos; outros, ainda ficam com receio, por medo das novidades ou surpresas desagradáveis que o processo possa trazer ao longo do tempo.

O interessante é saber que Job Rotation pode ser encarado de formas distintas, algumas louváveis por quem já vivenciou a situação, outras criticadas veementemente. No entanto, é importante destacar que essas duas palavrinhas vem sendo usadas indiscriminadamente, e por vezes, denominando um processo que nada tem a ver com a essência do termo.

O Job Rotation, ou rotação de emprego, é quando um profissional precisa passar por diversas áreas de uma empresa, para conhecer todos os processos e funcionalidades, por um determinado período de tempo. Como um novo colaborador que entra na empresa, e fica um período no RH, depois no financeiro, marketing, comercial, lançamento de produtos, etc.

Este processo pode ser realizado por funcionários que ocupem os mais diversos cargos nas organizações – inclusive entre grandes executivos -, mas atualmente está sendo utilizado em larga escala nos processos de estágio ou trainees – justamente para que o recém formado possa perceber se a área em que se graduou é, realmente onde há a sua maior identificação.

Para Fernando Palácios, sócio e autor do grupo Story Tellers, uma editora que utiliza o Job Rotation internamente, este é um processo válido e louvável, desde que realizado com planejamento. O autor, que começou como trainee na empresa Banco de Eventos, passou por todas as áreas - exceto a financeira e jurídica - depois de 3 anos contabilizou 13 jobs descriptions. Entrou como trainee e saiu da empresa já no cargo de líder do núcleo de projetos especiais.

“Para explicar minha opinião sobre a eficiência do JR, proponho a seguinte comparação: numa situação de guerra, como a do Vietnã, qual seria o comandante mais adequado para realizar uma campanha: o que gosta de xadrez ou o que já lutou naquelas florestas contra aquele inimigo?”, questiona.

Fernando acredita que o processo desenvolve novos jeitos de pensar, porque o funcionário aprende os procedimentos pela vivência e não pelo slide do power point. Além disso, ainda segundo ele, é possível extrair melhores práticas, como uma espécie de benchmark pessoal.

“O Job Rotation é um processo metódico de expulsão da zona de conforto: obriga a pensar diferente, aprender coisas novas e olhar as antigas por outro ângulo. Além disso, quando já se vivenciou pontos de estresse de uma atividade, fica mais fácil atuar em parceria ou, no mínimo, evitar pontos de atritos desnecessários”, conclui.

Na empresa onde ele trabalha, um escritório que cria obras de ficção, todos os colaboradores, que são autores, passam por transições de área a cada projeto, podendo ser escolhidos, em determinado mês, como líderes ou co-autores. “Este modelo foi adotado porque ajuda a combater o que Karl Marx chamava de alienação, ou seja, não queremos aquela síndrome comum do mercado de pessoas que são do ‘atendimento de tirador de pedidos’ ou o ‘criativo incompreendido’, queremos pessoas que pensem de forma generalista”, conclui.

JR com executivos

Além da modalidade estendida a todos os cargos hierárquicos, há empresas que fazem, de forma paralela, o JR com os executivos e colaboradores do alto escalão. É o caso da Perdigão, que recentemente enviou o gerente corporativo de agropecuária e nutrição animal, Ideraldo Luiz Lima, para a diretoria de operações no Mato Grosso e, em contrapartida, enviou o antigo diretor regional, do Mato Grosso para o Sul do país.

Essas mudanças e trocas são constantes, e cada empresa adota uma prática e estratégias diferentes. Na Philips, onde trabalha o analista de crédito e cobrança Roger Lameira, o processo é parecido. O Job Rotation é aplicado de maneira eficaz, mas apenas quando a empresa detecta a necessidade de mudar de área um candidato que está desmotivado – aliás, ele próprio pode mostrar interesse e requisitar a participação num processo como este.

Mas Roger tem experiência profissional no assunto, não só na atual empresa. E aponta que já vivenciou muitos exemplos, que deram certo, ou não. “Sei de inúmeros casos, como o de um funcionário da cobrança que ficou felicíssimo na contabilidade e o de um engenheiro de especificação que está feliz, e ganhando mais dinheiro trabalhando no departamento comercial. Tem outro que trabalhava com licitações e está realizado no marketing, e por aí vai”, exemplifica.

Outro lado da moeda

Para ele, o processo de transição de área é válido apenas nestes casos, onde abre a possibilidade do profissional se ‘encontrar’ e se identificar com um setor dentro da empresa. Já quanto à mudança sem uma conversa prévia com o funcionário, e sem o estudo de aspectos legais – como compatibilidade de cargos, salários, sindicatos, entre outros - apenas com o objetivo de conhecer outra área, ele desconfia:

“Por volta de 1990, uma pessoa que conheço ocupava o cargo de supervisor financeiro e devido a uma ‘reestruturação’, eis a palavra que usaram, o quadro de funcionários do departamento mudou e propuseram a ele um ‘job rotation’, colocando-o como responsável de uma área denominada Atendimentos Especiais, uma espécie de call center. Ele ficou sozinho numa sala, atendendo telefonemas de futuros clientes e inadimplentes, não precisava se reportar a ninguém, e ninguém se reportava a ele. Começou a ficar isolado e, final da história: passados dois meses, ele pediu para ser demitido e a empresa – que já estava querendo isso mesmo – propôs um acordo. Não se pode confundir Job Rotation com outras ferramentas, como esta. Atualmente, tudo que se refere à mudança de status, tarefas, departamentos e setores virou Job Rotation”, explica.

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Até que ponto a experiência no exterior é uma vantagem competitiva?

Tatiana Aude

Já deve ter acontecido com você ou com alguém próximo. Estar cursando o último ano da faculdade, juntar-se ao grupo de amigos e começar a especulação sobre o que cada um vai fazer quando passar a formatura. A maioria, geralmente, responde automaticamente que vai procurar emprego. Outros, já empregados, pretendem galgar cargos melhores – e dentro da área – na empresa onde estão. E alguns, que ainda não são a maioria, resolvem se afastar do estresse pós diploma universitário e realizar a tão sonhada viagem para o exterior.

Mas, as viagens não se prendem à idade e nem a fase universitária. As experiências em países estrangeiros podem ser várias, com os mais diversos propósitos: viagens de férias, cursos de um ou mais meses (dentro da área de atuação ou cultural), au pair ou intercâmbio. Seja qual for, quem passou por isso é unânime em afirmar: além de valer muito a pena, é sim uma vantagem competitiva na busca por vaga ou recolocação no mercado de trabalho.

Um exemplo é a história da administradora de empresas Karine Gonçalves Pansa, de 32 anos, que ultrapassou as barreiras geográficas quando era adolescente, com 14 anos. A primeira viagem foi para Soulkston, no sul da Inglaterra, com o objetivo de melhorar a fluência no inglês. Deu tão certo, que ela repetiu a dose apenas dois anos depois, só que desta vez, fez um curso de administração na Flórida International University (FIU).

“As viagens me deram uma bagagem muito grande, não só de fluência na língua estrangeira, mas até em relação à faculdade que ia fazer depois. Me ajudou, inclusive, em relação aos tipos de leituras que precisava fazer. Me abriu muitas portas e me encaminhou na profissão, pois assim que me formei, comecei a trabalhar numa editora de livros que fazia traduções para o inglês”, conta empolgada.

Os conhecimentos adquiridos, no entanto, vão além da área técnica. Para ela, quem passa por uma vivência dessas retorna mais realista e maduro. E a família, que durante o período sente saudades, percebe instantaneamente as mudanças. “Eu lembro que meu pai me deu uma quantia x em dinheiro para eu me manter lá durante os 40 dias. Era o dinheiro para este tempo todo e eu tinha que me virar. Isso fez eu saber administrar onde ia gastar, com o que ia gastar. E me marcou muito, porque foi um dos aspectos que mais amadureci. Afinal, eu tinha apenas 14 anos”.

Atualmente, Karine trabalha na própria editora, a Girassol Brasil, após adquirir experiência no emprego anterior. Ela tem dois filhos, de 2 e 6 anos, e vai indicar este tipo de viagens a eles também, quando crescerem. “Acho importante e vou dar a possibilidades deles fazerem. Mas sem forçar, sem pressão”, esclarece.

Empreendedorismo é outra habilidade que aflora nestas viagens. Quem passa muito tempo longe de casa, dos pais, irmãos e do convívio com pessoas conhecidas e família, precisa tomar decisões sozinhas, em ambiente estranho, com concorrentes e adversários por todos os lados. E não cito adversários apenas como pessoas, mas a cultura que é diferente de país para país.

Luciana Quadros Canassa, hoje diretora da Partners Idiomas, tomou coragem para abrir o próprio negócio assim. Em 1994 trabalhava em uma empresa inglesa com sede no Brasil e assistiu a uma fase de reestruturação em que muitos estrangeiros vinham passar um tempo no país. Precisava melhorar o idioma – embora fosse bilíngue – para melhorar a comunicação, e viajou para Stanford, nos Estados Unidos, onde passou três meses.

“Durante o dia eu ficava na empresa estreitando contatos com as equipes da matriz, e à noite fazia um curso que era semelhante a um supletivo. Foi muito bom, pois quando retornei, já com cinco anos de experiência na minha área, pude pedir o salário que eu queria, e comecei a ganhar R$ 2.630,00 por mês. Há 15 anos era bastante”, afirma.

Depois de Luciana, as duas irmãs dela e os primos também viajaram. Os destinos foram variados: Washington, Irlanda e Japão. E todos melhoraram no emprego. “Uma das minhas irmãs, por exemplo, trabalha na área têxtil. E, quando retornou ao Brasil, se tornou a única funcionária que viaja com a diretoria, justamente por ser a única que tem tanto conhecimento cultural adquirido nessas viagens”.

Auxílio em meio à crise

Com a crise financeira espalhando estragos por vários países, viajar para fora fica mais complicado – por conta do aumento do dólar -, mas, por outro lado, para quem perdeu o emprego, mas sacou o fundo de garantia ou já tinha uma boa reserva em fundos nos bancos, vale a pena investir em capacitação.

“Estamos até diagnosticando um novo perfil de pessoas que buscam a experiência no exterior. Pessoas que perderam o emprego, pegaram o FGTS, as férias, multas, sentem-se perdidos e, para não ficarem parados, lendo notícias de mais e mais demissões, resolvem buscar aperfeiçoamento no exterior. Ainda não sentimos impacto em números, mas acredito que vá crescer a demanda”, afirma a gerente da EF, consultoria especializada em intercâmbio, Sílvia Bizatto.

Quando vale a pena

Analistas de Recursos Humanos são enfáticos em afirmar que a vivência é sim uma vantagem competitiva. Porém, é necessário tomar cuidado. Afinal, mais importante que ir ao exterior e acrescentar a informação ao currículo, é saber se aquela informação acrescenta valor à vaga que está se candidatando. Quem afirma isso e alerta sobre outras ‘armadilhas’ que podem colocar em risco a contratação é Adriana dos Santos Calixto Souza, analista de RH da Catho Online.

“A viagem sempre acrescenta valores, aprendizados culturais e fluência em outro idioma, além de fazer a pessoas se adaptarem melhor às situações. Mas, por exemplo, no caso de dois candidatos estarem empatados na avaliação, e apenas um deles ter a experiência fora, se a vaga não requisitar em momento algum os conhecimentos obtidos no exterior, de nada vai valer. Aliás, contratar o que viveu fora pode ser, para ele mesmo, fator de frustração no futuro. Depende muito da vaga”, declara.

Importante também é ficar atento à proposta da viagem, pois no caso de omissão das informações, o candidato pode ‘dar um tiro no pé’ no momento da entrevista. “Tem pessoas que vão para o exterior sem fazer curso, mas visitam museus, locais históricos, e realmente aprendem muita coisa. Mas tem gente que vai só para passear, ir a festas e acaba aproveitando para colocar a viagem no currículo. Esquece apenas que, se em uma entrevista o recrutador descobre isso pode até ficar com uma imagem ruim do profissional”, esclarece.
Aconselhamento de Carreira
Você sabe qual a maneira correta de pedir demissão?

Daniel Limas

Imagine-se na seguinte situação: você está empregado e acabou de ser aprovado num processo seletivo. Certamente você já viveu essa situação ou conhece alguém que já tenha passado por isso, não é? Mas é nessa hora que surgem inúmeras dúvidas sobre como agir ao pedir demissão. Ser ético é a solução. Aliás, não só nesse momento.

Apesar de aparentar ser enorme, no mercado, é fácil as pessoas se conhecerem e se cruzarem com freqüência. Além disso, uma vez que seus ex-colegas podem ser seus futuros colegas novamente, manter um bom relacionamento e bons contatos é fundamental para seu networking. Portanto, todo cuidado é pouco!

A primeira atitude é estar certo da sua decisão. “Nunca pergunte ao seu superior se você deve sair ou não. Isso pode soar como um leilão”, André Bruttin, professor de Psicologia Organizacional da PUC-SP e consultor da Reciprhocal. “Caso você ainda tenha dúvidas se aceita ou não o novo cargo, converse antes com amigos e parentes. Não é preciso tomar a decisão sozinho.”

A primeira atitude após se decidir em deixar a empresa é informar o seu chefe imediato. Nada de sair comentando com seus colegas ou ir ao RH. “Não tratar este assunto com o seu chefe em primeiro lugar pode soar como insubordinação. Outra dica é marcar uma reunião, em um momento propício, para comunicar a sua decisão”, explica Reginah Araújo, palestrante motivacional e coaching. Isso evita boatos e conflitos entre a equipe para ver quem vai assumir a vaga.

Prepare-se para esta reunião. Tenha argumentos racionais e objetivos que expliquem a sua saída. Seu chefe pode lhe propor aumento de salário, mudança de área, promoção ou nada disso. Esteja preparado, inclusive, para ter que deixar a empresa imediatamente ou para sair depois de 30 dias. Além disso, tenha em mente o mínimo e o máximo que você aceitaria para ficar na empresa. “Para você mudar de emprego, certifique-se de que a proposta realmente seja melhor. Muitas vezes não contabilizamos um gasto maior de combustível, não pensamos na distância maior, no estresse, no vale-refeição. Tem que ser bastante frio para avaliar a situação”, pontua Reginah Araújo.

Vá também munido de argumentos lógicos que expliquem a sua decisão. “É muito importante que você agradeça e elogie a empresa que você está deixando, sem mentir, claro”, explica André Bruttin. Muito menos, saia falando mal da empresa ou chefe, apesar de a vontade de desabafar seja enorme. Metralhar a empresa com um monte de críticas e apontar tudo o que não funciona pode ser muito ruim para o profissional e fechar diversas portas. “Quem escutar as críticas vai pensar que você não contribuiu para resolver essa situação que tanto incomodava. No entanto, críticas pontuais que expliquem a sua saída devem ser ditas, sim, como assédio moral, descumprimento de algo conversado com o RH, falta de perspectivas de crescimento e desenvolvimento”, explica o consultor.

Outra recomendação para deixar as portas abertas ao sair da empresa é ter humildade. Para Reginah Araújo, muita gente sai se achando o maioral e sai contando que vai ganhar o dobro, e fala mal de todos. Mesmo que você tenha razão, não fale tudo o que pensa.

Colegas

Após tomar a decisão e conversar com seu chefe, bate aquela vontade de sair comentando com seus colegas, não é? Mas não faça isso. A dica é esperar seu chefe tomar as decisões para que ele faça o comunicado. A não ser que ele não veja problema. Essa atitude evita crises, fofocas e mal estar entre os que vão ficar.

Pergunte também ao seu gestor se você pode enviar um e-mail de despedida para seus colegas. “Muitas empresas consideram que você já não pode mais usar os recursos da empresa após pedir demissão. No entanto, não há restrição de que você se despeça pessoalmente e até os convide para um happy hour”, recomenda Reginah Araújo. Usar o bom senso sempre é válido.

Outras dicas

No momento de comunicar a sua decisão para o gestor, não esqueça também de dizer que você se disponibiliza a treinar uma nova pessoa e vai preparar um relatório descrevendo todas as suas atividades. “Você deve endereçar o trabalho que falta, mas não é preciso finalizá-los”, explica o consultor. Você pode perguntar qual a vantagem de agir dessa forma? “Algumas empresas têm o hábito de recontratar bons ex-funcionários para cargos maiores”, conta Reginah. É muito bom para a organização já conhecer o trabalho e o caráter de um funcionário.

Deixar as portas abertas deve ser a maior preocupação de quem está deixando a empresa. A crença de que o mundo é muito pequeno costuma ser verdade. Portanto, todo cuidado é pouco. Além da técnica, algo muito valorizado pelas empresas é a credibilidade e a ética da pessoa. É fácil entender essa questão: a técnica e o dia-a-dia do trabalho o funcionário pode aprender. No entanto, ética e credibilidade são características que se tem ou não. “Ao contratar alguém, a primeira característica que muitas empresas avaliam é a ética. E ética é algo que se espalha”, finaliza Reginah Araújo.

Links úteis:

http://www.reginaaraujo.com.br/

http://www.reciprhocal.com.br

http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=10322
Stephen Covey: em nome da eficiência!

Letícia Fagundes

Uma das maiores autoridades em desempenho humano da atualidade esteve no Brasil neste mês de novembro para participar do HSM Management 2008.

O americano Stephen Covey é autor de várias obras relacionadas à administração de carreira, entre elas o best-seller "Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes", Editora Franklin Covey - tido como livro de negócios mais influente do século XX.

Na visita, em que apresentou duas palestras durante o principal encontro de executivos e empresários do país, ele aproveitou para lançar também o novo trabalho: "O Oitavo Hábito".

O Jornal Carreira & Sucesso esteve presente no evento da HSM em São Paulo, ouviu Covey e compartilha agora com vocês, leitores, os ensinamentos preciosos passados por ele!

Era Industrial X Era do Conhecimento

Nas duas palestras que apresentou, Covey falou claramente sobre o que mais entende: eficácia. Para isso, baseou o discurso nas diferenças básicas entre grandes períodos da nossa história quando o assunto é trabalho: a Era Industrial (a partir da Revolução Industrial) e a Era do Conhecimento (atualidade).

Para entendermos, o palestrante apontou de maneira bastante visual uma comparação:

Era Industrial

Filosofia = Controle
Liderança = Posição, autoridade formal
Cultura = Centralizada no chefe
Pessoas = Despesas
Motivação = Externa
Gerenciamento = O chefe é responsável por tudo

Era do Conhecimento

Filosofia = Talentos desencadeados
Liderança = Escolha, legitimada
Cultura = Times, complementaridade
Pessoas = Vozes ativas
Motivação = Interna, inspiração
Gerenciamento = A cultura, os grupos, os times são responsáveis por tudo

Para Covey, os principais problemas tanto das organizações quanto dos profissionais é ainda pensar fora de época. Separamos, então, com base nesse pensamento, as principais declarações do especialista para você:

Pensamento no passado

"Muitas de nossas práticas ainda são da Era Industrial. A Era Industrial já foi. Estamos na era do trabalho, da inovação e do conhecimento. E essa Era será 50% mais produtiva!", disse ele.

Poder de escolha

"Na era industrial, empregados são subordinados, atualmente devem ser voluntários, associados, parceiros. Gerenciamos coisas, mas lideramos pessoas, as quais têm poder de escolha.

E é a primeira vez que as pessoas podem escolher e se autogerenciar. As pessoas escolhem o quanto vão se entregar ao trabalho. Isso depende de quatro fatores: corpo, coração, mente e espírito, algo que ninguém compra. Para ter esses quatro fatores, comece perguntando ao seu profissional: o que você gosta de fazer e faz bem?

Gerentes, por tudo isso, é preciso mudar: ‘como recrutar’, ‘como remunerar’, ‘como dar benefícios’ urgente."

Liderança

" Liderança não é posição. Quem foi o maior líder da Índia? Gandhi. E qual era o cargo dele? Nenhum. Os grandes líderes trabalham sob quatro aspectos: esclarecer propósitos, inspirar confiança, alinhar sistemas e liberar talentos. Assim, dão voz a todos, exercendo uma liderança de complementaridade. Não é necessário mais ficar supervisionando ninguém."

Objetivos claros

"Por que as pessoas não alcançam os objetivos propostos? Porque muitas pessoas nem conhecem esses objetivos! Todo mundo sabe o que está acontecendo dentro da empresa? Todo mundo sabe as respostas para as perguntas? Informação transparente é o maior desinfetante dentro das empresas, além de alavancar crescimento."

Os 7 Hábitos da Pessoas Altamente Eficazes

1 - Seja proativo, responsável pela sua vida
2 - Comece com o objetivo em mente, defina sua missão e metas
3 -Primeiro o mais importante, priorize!
4 -Pense Ganha-Ganha, tenha atitude de que todos podem ganhar
5 -Procure primeiro compreender para depois ser compreendido, ouça as pessoas atentamente
6 -Crie sinergia, trabalhe junto para conseguir mais
7 - Afine o instrumento, renove-se regularmente

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Falar é fácil. Comunicar-se é que são elas!

* Reinaldo Passadori

Muito embora a comunicação esteja intrinsecamente ligada à nossa vida, nem sempre é fácil nos relacionarmos com as outras pessoas, pois apesar de sermos semelhantes como espécie, cada um de nós traz em si uma série de características específicas, tornando-nos seres únicos.

Considere que cada um tem um jeito próprio de ser, de pensar, de agir, de perceber e processar mentalmente a realidade que nos cerca. Se quisermos ampliar o nosso poder de interagir com as outras pessoas em ações de vendas, negociações, liderança, motivação ou apenas em situações de relacionamentos sociais, precisamos desenvolver habilidades específicas.

Destaca-se entre estas competências, a arte da Empatia, que é, em síntese, a capacidade de nos colocarmos no lugar da outra pessoa e assim, sentir ou pensar o que ela poderia estar sentindo ou pensando. Ao fazer isso, ou seja, percebendo o outro a partir da sua própria realidade, aumentamos significativamente as nossas chances de criar situações favoráveis para haver um bom entendimento.

Para que isto ocorra, é fundamental que nos flexibilizemos e ajustemos a nossa percepção da realidade considerando a maneira do outro percebê-la. Em outras palavras, aceitar o outro como o outro é, respeitá-lo em seus pontos de vista e compreender que ele tem todo direito do mundo de ser como é, sem que eu queira ou tente mudá-lo para que haja um entendimento.

O que une as pessoas são as afinidades, as similaridades e não as diferenças. Quem disse que os opostos se atraem, precisa repensar essa afirmação, pois é só observar como as pessoas se juntam em grupos, associações, clubes de serviços, igrejas, turmas ou bandos. Emoldurando estas relações há as convergências de idéias, de crenças ou objetivos.

Então fica uma pergunta: Como posso desenvolver a habilidade de facilitar meu relacionamento com as pessoas? Estudando-as, conhecendo-as e atuando com elas considerando seus respectivos jeitos de ser e de se comportar. Quanto mais conhecermos suas tendências e características, maior será a probabilidade de nos ajustarmos , empaticamente, e com elas nos relacionarmos.

Imagine cada pessoa envolta por uma bolha. Essa bolha contém todo o referencial de vida que ela possui, suas crenças, seus valores, suas verdades, seus conceitos e preconceitos, seus conhecimentos, seus certos e errados. Pense que cada bolha tem uma cor diferente das demais. Imagine também que você é possuidor de uma bolha que também tem uma cor, por exemplo, esta que você pensou agora.

Para haver a possibilidade de entendimento, é fundamental que você contemple a possibilidade de sua bolha conter ao menos um pouco da cor da bolha da outra pessoa e assim, reconhecer suas verdades e seus pontos de vista.

A comunicação interpessoal é a base para a realização pessoal e profissional. Conhecer o outro é conhecer-se a si mesmo.


* Reinaldo Passadori é especialista em Comunicação Verbal e Diretor do Instituto Reinaldo Passadori de Comunicação Verbal. Administrador de Empresas com especialização em Recursos Humanos. Autor do livro Comunicação Essencial – Estratégias Eficazes para Encantar seus Ouvintes (Editora Gente).

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PNL: UMA GRANDE ALIADA NO AMBIENTE CORPORATIVO

Tatiana Aude

Não é novidade que o mercado de trabalho sofreu significativas modificações nas últimas décadas. As gerações que hoje estão próximas da aposentadoria, dando lugar a jovens que saem dos bancos da universidade, se deparam diariamente com novas ferramentas para melhorar o ambiente de trabalho e preocupações que antes nem passavam pela cabeça de presidentes, diretores e gestores das grandes corporações.

Os focos dos líderes empresariais são as definições de metas, o trabalho em equipe e os processos que levem ao sucesso da empresa e à satisfação dos clientes. Para conseguir isso, estes mesmos líderes repensaram o modelo meramente técnico e ‘engessado’ do ambiente corporativo e procuraram, no melhor entendimento das relações humanas e na satisfação dos profissionais – não só com a vida profissional como com a vida pessoal – a maneira de alcançar melhores resultados.

Neste momento, conheceram a Programação Neurolinguística, também chamada de PNL e que, em pouco tempo se tornou pauta das discussões e reuniões de ávidos conhecedores e pesquisadores de práticas de Recursos Humanos. Começaram a aprender mais sobre o assunto – desenvolvido na Universidade da Califórnia na década de 80 por Richard Bandler e John Grinder – e hoje apontam como uma grande aliada para todas – repito, todas – as questões humanas.

“A PNL é um modelo que ajuda você a entender melhor como o ser humano pensa, age e se comunica. A partir desse conhecimento, você utiliza melhor seu cérebro para alcançar os resultados que deseja. É uma ciência na qual suas experiências internas oferecem um meio de auto-conhecimento para desenvolver seu potencial criativo”, sintetiza ,Gilberto Cury, presidente da Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística, SBPNL.

As ferramentas e os conhecimentos obtidos na PNL são utilizados de forma individual, mas já pensando na forma mais adequada de atingir o receptor e obter dele os resultados que queremos. “A PNL trabalha a capacidade de transmitir idéias, feedbacks e emoções, para que os receptores compreendam a mensagem em toda a sua plenitude, sem distorções e ‘ruídos’, e incentivá-los a dar continuidade à mensagem. As técnicas da PNL ensinam você a utilizar a linguagem para influenciar pessoas com ética e saber reconhecer como os outros usam a linguagem para influenciá-lo”, completa Cury.

O treinamento, voltado aos mais diversos públicos, contempla técnicas como a hipnose que, ao contrário da primeira idéia que vêm à cabeça, nada tem a ver com pêndulos que fazem as pessoas entrarem em estado de dormência. “Todo bom comunicador é um hipnotista. A PNL explica a hipnose como a linguagem utilizada por ‘bons vendedores’, seja de imagens, idéias etc. Um bom vendedor de roupas consegue guiar a imaginação do cliente para que ele se imagine em uma festa usando aquele traje e se sentindo confortável e feliz naquela situação”, exemplifica.

Treinamentos In company

Atualmente a PNL está sendo mais divulgada do que nunca. E as empresas, dos mais diversos ramos de atuação, já descobriram que aplicá-la vale a pena. Elas têm realizado, com grupos fechados e de tempos em tempos, os treinamentos in company, treinando primeiro seus líderes e transmitindo o mesmo conhecimento a todos os degraus do organograma. “As empresas sabem que seres humanos motivados, criativos e com alta capacidade de adaptação são indispensáveis para um ótimo resultado e querem crescer e valorizar seus colaboradores, sabendo que precisam ter ferramentas para que isso aconteça”, afirma Viviane Lauren, máster practitioner e coaching em PNL do Instituto Nacional de Excelência Humana, o INEXH , formada pessoalmente por John Grinder.

Entre as empresas que já encontraram na PNL a aliada para o desenvolvimento, está a BBKO Consulting, focada na área de Tecnologia da Informação. A empresa, no mercado há apenas 8 anos, já utiliza este recurso desde o ano passado. “Cerca de 60 colaboradores, que atuam como líderes da empresa, fizeram o curso de PNL em 2008, e para 2009 já estamos definindo a agenda”, afirma Daniela Salles, recursos humanos da empresa, que obteve resultados expressivos: “os profissionais ficaram mais entusiasmados em trabalhar as equipes, ganharam foco na capacidade de realizar e promoveram mudanças práticas em suas carreiras e em suas vidas”, conclui.

Ainda de acordo com o presidente da SBPNL, a programação neurolinguística é uma descoberta mundial. “Uma pesquisa de Harvard indica de mais de 70% dos problemas de empresas está direta ou indiretamente ligado à comunicação, um aspecto trabalhado com eficácia pela PNL”, diz.

Outras competências trabalhadas pela PNL:

- Capacidade de Influência;
- Comunicação e Sinergia;
- Trabalho em equipe;
- Foco no resultado;
- Desenvolvimento de pessoas;
- Gerenciamento de conflitos;
- Planejamento e organização;
- Capacidade de análise e síntese;
- Autonomia;
- Resiliência;
- Liderança;
- Negociação;
- Pensamento e alinhamento estratégico;
- Gestão de mudanças;
- Inovação e criatividade;
- Tomada de decisão;
- Estabelecer objetivos e “fazer acontecer”;
- Alinhamento com crenças e valores.

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QUEM ENSINA OS LÍDERES?

Tatiana Aude


Alguns deles herdaram da família uma empresa para liderar. Outros, passaram por todas as etapas profissionais até alcançar o auge tão almejado. Independente do tempo dispendido ou da maneira como chegaram lá, no alto escalão – sabendo utilizar as ferramentas corretas e trabalhando as competências profissionais a favor disso -, eles se tornaram líderes. Mas e agora? Pararam no tempo quando o assunto é reciclagem profissional? A resposta só pode vir deles mesmos: nem pensar!

Se a cobrança por aperfeiçoamento é grande em relação a todos os degraus hierárquicos, imagine então quão grande é para aquele que tem que ser o exemplo da empresa. Os CEOs têm uma rotina diferenciada, que inclui a leitura de muitos jornais e revistas desde o amanhecer – não só do país como do exterior -, assim como a participação em fóruns, seminários, congressos, meetings e eventos que debatem a temática que lhes interessa, ou que interfere em seus negócios e investimentos, direta ou indiretamente.

“Eu acho a internet de extrema necessidade e é por ela que leio, diariamente, não quatro, mas cerca de oito jornais, do Brasil, França e Espanha. Além disso, leio revistas de negócios, investimentos e mercado financeiro. Além de participar de eventos do Lide e Jlide”, afirma o presidente do Grupo de Jovens Líderes Empresariais, Jlide, André Martins.

André tem 34 anos e há quatro é presidente da VB serviços, a maior empresa do Brasil no setor de distribuição de vales-transporte. Preside também a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras e Usuárias de Vales Transporte (Abravale). Graduado em Administração de empresas pela Fundação Álvares Penteado (FAAP), ele buscou aperfeiçoamento no exterior, justamente porque no país não encontrou cursos que agregassem valor aos conhecimentos que já obtinha.

“Cheguei a começar um curso de MBA no Brasil, mas percebi, por sorte ainda no começo, que apenas se tratava de uma graduação em administração de forma mais intensiva. E aí desisti. Foi quando pesquisei e encontrei na universidade de Insead, na França um curso de apenas uma semana, mas que me acrescentou muitos dados e informações novas. Embora tenha sido curto, realmente valeu a pena, tanto é que a universidade foi eleita a que possui os melhores MBA’s do mundo”, ressalta.

Depois disso, como bom líder e empreendedor, ele continuou buscando mais e mais informações e novidades. E nos últimos dois anos, fez mais dois cursos: o de HSM com ênfase em negociação, e o de gestão de mercados B2B (área em que atua) na Fundação Dom Cabral, em Minas Gerais. Descobriu que, embora lentamente, o Brasil está vislumbrando a capacitação deste público, já tão capacitado e especializado.

“A Business School já está trazendo para cá estas novidades. A FGV também possui alguns cursos, mas a maioria com professores do exterior”, conta.

Desbravar assuntos novos, teorias que se contraponham às existentes, além de atualizar-se quanto às novas técnicas e estratégias de mercado – de forma mais específica – é o desafio que ele e outros líderes procuram.

“Nesse curso da França o professor não se baseou em obra já existente para discorrer sobre o ‘Oceano Azul’, por exemplo. Ele criou a teoria do ‘Oceano Azul’, que trata justamente sobre as empresas criarem novos nichos, fazendo da concorrência um fator irrelevante, e encontrando um outro caminho para o crescimento. Eles apresentaram uma nova maneira de pensar sobre estratégia, resultando em uma criação de novos espaços [o oceano azul] e uma separação da concorrência [o oceano vermelho]”, exemplifica André, citando que há assuntos como desenvolvimento de marcas, agregação de serviços e gestão estratégica (“sempre atualizadas”) que quase não são discutidos.

Trabalhar o interior

Se para alguns líderes, estudar é sempre a melhor forma de se manter atualizado, para outros é apenas um complemento de algo mais importante: as atitudes e comportamentos adotados diariamente dentro de uma organização. Afinal, conhecimento técnico é essencial, até para dominar e empreender no ramo a que uma empresa se propõe, mas de nada adianta dominar estratégias de gestão se, na hora de colocá-las em prática, o comportamento rude e agressivo põe tudo a perder dentro de uma equipe.

O jornalista e empresário João Dória Jr., presidente da Videomax Produções e da Doria Associados e Doria Associados Editora – e que promove eventos voltados a CEOs - , é defensor da idéia que reciclar-se é, antes de tudo, ser humilde para admitir que nunca se conhece tudo de forma absoluta. Para ele, o grande erro é pensar que, por estar no ápice da carreira, não é necessário ouvir os anseios e sugestões das outras pessoas.

“É necessário avaliar melhor o seu conteúdo e ouvir os outros, principalmente. Quem acha que sabe tudo não tem ouvidos, nem olhos, nem pensamento para aprender. Humildade é a palavra chave. Aquele que acha que pode evoluir, ser melhor do que hoje, acredita no aperfeiçoamento e no crescimento. Eu resumiria o aprendizado contínuo a apenas quatro verbos: ouvir, ler, aprender e compartilhar”, sintetiza Dória.

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Blogs Corporativos: aproximando a comunicação interna e externa

Tatiana Aude


Já deve ter acontecido na sua empresa uma situação fácil de resolver que se tornou um grande conflito, justamente por falta de comunicação interna, ou seja, conversa entre as equipes de trabalho. Pode também ter acontecido de um cliente ter ficado insatisfeito porque tentou conversar com alguém da empresa, e não conseguiu resolver os problemas e anseios que tinha – e aí, partiu para a concorrência. Tudo por quê? Por falta de uma boa, e eficaz, comunicação.

Malas diretas, newsletters, releases, atendimento de assessoria de imprensa e comunicação. Todas essas ferramentas e serviços servem justamente para levar às pessoas o máximo de informação sobre tudo o que acontece em todas as empresas (pelo menos as grandes). Mas este setor está constantemente se reavaliando e, nesse processo de redescoberta, encontrou um aliado importante: o blog ou weblog, o diário virtual, de linguagem simples e espontânea, que é denominado um recurso de rede social, e que vem revolucionando a forma de se comunicar pela web 2.0.


Só para se ter uma idéia da dimensão deste recurso, em dezembro de 2008, o número de brasileiros que acessaram blogs cresceu a uma taxa superior a da expansão da internet no mesmo ano, de acordo com dados do IBOPE – NetRatings. Em números, 11,6 milhões de pessoas acessaram blogs contra 9,5 milhões de brasileiros em dezembro de 2007, um crescimento de 22,1%. Neste mesmo período, o número de pessoas que acessaram a internet de suas residências cresceu 14,5%, passando de 21,4 milhões de internautas para 24,5 milhões em dezembro de 2008.

Blogs Internos: empresa/funcionário

Uma das grandes empresas que adotou o diário como forma de aproximar os colaboradores foi o banco HSBC. A idéia surgiu do próprio CEO da empresa, que já utilizava o orkut para se aproximar de funcionários, até descobrir a facilidade proporcionada pelo blog.


“O presidente sentia a necessidade de ter contato com os funcionários e, para isso, costumava, uma vez por ano, fazer um road show por vinte cidades do Brasil. Mas com o tempo quis aumentar a freqüência do contato, e como as viagens não podiam ser tão constantes, ele obteve informações sobre o blog e logo topou a ideia. Na época gostou tanto que, quando houve a mudança na presidência, a primeira coisa que fez foi convencer o novo CEO, no caso Shaun Wallis, a manter o contato via blog. E é assim até hoje”, comenta Juliana Vale Marques, superintendente de endomarketing do HSBC.

No blog interno, o funcionário tem acesso a textos e comunicados escritos por Shaun e pode respondê-los ou comentá-los sem correr o risco de ter seu post censurado – a empresa optou em não mediar, apenas exclui textos que contém palavras de baixo calão.

“Para se ter uma idéia do quanto o blog tem nos ajudado, em determinada época surgiu um boato de que o banco estaria sendo vendido para outro grupo. E logo começaria um desespero total entre os funcionários da companhia. Uma funcionária, inclusive, é que ‘levantou’ o assunto no blog, e o CEO, então, conseguiu rapidamente desmentir tudo e acalmar os ânimos. Se não fosse o blog, a empresa teria virado um caos”, explica.

Outros casos de sucesso tendo o blog como ferramenta interna são os da empresa Amadeus, que fornece tecnologia para o mercado global de viagens e turismo e também o blog da Ser Total RH. A primeira deu início ao blog interno em janeiro de 2008 por meio do aconselhamento de uma empresa parceira, que cuida de relacionamento por redes sociais. Já a Ser Total, deu início ao projeto porque o sócio-diretor da empresa, Marcelo Egéa, é um aficcionado por tecnologia.

“Na minha empresa tenho o blog e um fórum de discussão. O blog é onde posso encontrar os amigos numa conversa descontraída, um espaço de happy hour, que contribui para manter as relações afetivas e o networking eficaz. Já o Fórum, que é outra ferramenta, é a nossa sala de reuniões, nosso auditório e biblioteca. Lá os clientes têm acesso e participam dos negócios”, afirma Egéa.

“No blog as informações fluem mais rápido e dão retorno mais rápido. E o resultado do blog interno foi tão satisfatório que, poucos meses depois, em junho de 2008, criamos também o blog externo. Para reforço da marca, o blog é mais do que necessário. E os visitantes do site, que antes eram em média 7,8 mil por mês, hoje saltaram para 11 mil em média”, afirma André Fróes, gerente de marketing da Amadeus.


Blogs externos: empresa/cliente

De todas – absolutamente todas as empresas consultadas -, existe unanimidade quanto a uma questão: só é possível e aconselhável a criação de blogs externos – quando a relação de comunicação se processa entre empresa e clientes, ou seja, um blog ‘aberto’ ao público - em corporações que priorizam a transparência de seus processos. “Acredito que as empresas que criam blogs para o público consumidor de seus produtos não podem mediar, porque isso seria fator de exclusão. Então, é preciso ser muito ético e transparente para não obter posts que possam denegrir a imagem da empresa”, afirma Roberto Loureiro, gerente de redes sociais da Tecnisa.

A construtora foi a primeira do ramo imobiliário a descobrir as potencialidades e benefícios produzidos pelo blog. Há dois anos e meio no ar, por meio da ferramenta é possível tirar dúvidas quanto a prazos, andamento de obras, financiamentos e uso de recursos para a compra da casa própria. O sucesso do diário virtual da empresa foi tanto que um texto sobre FGTS rendeu nada menos que 1700 posts, de prospects e curiosos. Hoje, além do blog, eles fazem uso de outras mídias, como podcasts e twitter.

“A transparência é fundamental para lidar com mídias como o blog. A empresa que tem processos obscuros ou não tem o cliente como foco, vai fazer o blog e enfiar os pés pelas mãos. Isso eu digo, porque as pessoas vão entrar e reclamar. Então, ou o blog vai ser mediado – mas isso no meio virtual causa mais problema ainda – ou ela vai procurar outros meios, na imprensa provavelmente. Para ter blog a empresa tem de ter coragem”, explica Loureiro, responsável por responder todos os posts.

O gerente de redes sociais ainda é enfático quanto à questão de mediação. “Na Tecnisa nós não mediamos, tudo é colocado no ar com a respectiva resposta. As únicas coisas que vetamos – que está em nosso código de conduta – são palavrões e pessoas não identificadas, porque senão empresas concorrentes poderiam nos prejudicar”, enumera.

http://www.catho.com.br/estilorh/impressao.phtml?secao=181&imp=1
Etiqueta no MSN
Usar programas de comunicação instantânea no trabalho é comum hoje em dia. Mas vale observar algumas regrinhas básicas
Por FABIANA CORRÊA

A janelinha piscando no pé da tela já virou algo comum nos escritórios e há quem use os programas de mensagens instantâneas até para falar com o presidente da empresa. É o que acontece, por exemplo, na Avaya, multinacional de comunicação móvel corporativa com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. “O MOC (programa de mensagens interno da empresa) nos ajuda muito. Mesmo que você não esteja na sede, pode resolver problemas e dar respostas instantaneamente”, diz Cleber Morais, presidente da companhia no Brasil. O programa se tornou tão popular que muita gente usa para conversar com parceiros de negócios ou fornecedores, por exemplo. Está certo? “Não recomendo o uso do MSN para contatos mais formais, como é o caso da comunicação com os clientes da empresa”, diz a consultora de etiqueta corporativa Renata Mello, de São Paulo. Em todo caso, é bom fi car atento a algumas regrinhas de bom senso que devem nortear os relacionamentos online. Veja lá:

Papo rápido

MSN, Google Talk e afins são para conversas rápidas, telegráficas. “Uso para respostas urgentes e objetivas”, diz Cleber. Se for para assuntos importantes, que envolvam certo grau de emotividade, como dar feedback ou reclamar de algo que deu errado, melhor andar até a mesa do colega. Interpretações erradas podem atrapalhar a comunicação.

Big Brother

Como qualquer outra ferramenta de comunicação corporativa, o MSN pode ser controlado pela empresa. Pense nisso ao escolher palavras e emoticons (as carinhas que mostram alegria, tristeza etc.) que usa. Vale o mesmo para enviar um arquivo ou uma foto. Cuidado com o teor e sempre peça autorização ao destinatário antes.

Imagem é tudo

Você pode usar uma foto de seu rosto, mas evite frases além do nome. “Usamos o MSN para falar com os clientes mais próximos e vimos que as pessoas colocavam frases inadequadas ali”, diz o diretor de uma agência de comunicação de São Paulo, que pediu para que seus gerentes abolissem as frases ao lado do nome nesse programa.

Só informal

As relações que exigem mais formalidade e que envolvem informações importantes não devem ser feitas por meio de mensagens instantâneas. Em primeiro lugar, elas servem para pessoas com quem você já tem alguma intimidade e fala com muita frequência. Depois, você pode acabar fechando a janela e perdendo informações importantes que recebeu de seu contato.

Não diga adeus

Se você resolveu fechar o programa, não se preocupe em dizer adeus a todo mundo com quem trocou mensagens, a não ser que esteja no meio de uma conversa. Nesse caso, diga apenas que está saindo e se despeça. “Como é um meio muito informal, não há necessidade de formalizar a comunicação. As pessoas que usam entendem isso”, diz Renata Mello.

Ao vivo é melhor

A não ser que seja algo confidencial ou uma observação que os outros não devam ouvir, prefira ir à mesa do colega ao lado do que conversar com ele pelo MSN. “Incentivo as pessoas da equipe a trocar palavras pessoalmente em vez de escrever. É muito mais rico do ponto de vista da comunicação”, afirma Rodolfo Eschenbach, diretor da Accenture, em São Paulo.

http://vocesa.abril.com.br/edicoes/0129/aberto/materia/mt_427112.shtml