segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

ENTENDA AS DIFERENÇAS ENTRE A ESCOLHA DA PROFISSÃO E DA CARREIRA
Por Vitor Pascoal*

Em meu trabalho venho me deparando com algo que pode estar sendo uma das maiores dificuldades que os jovens estão enfrentando nos dias de hoje: a escolha de uma profissão e carreira. Que momento difícil! Profissão e carreira.
Temos que diferenciar entre uma e outra: profissão está relacionada àquilo que se pretende fazer: ser dono de um negócio, médico, artista, geólogo, engenheiro... Carreira se refere à trajetória a ser percorrida ao longo do exercício de
uma profissão. Carreira é um caminho para se percorrer num tempo.
Esse parece ser um dos elos perdidos: a noção do tempo justo e necessário para se percorrer um caminho. Vivemos num país onde toda a mídia ensina que ser feliz, estar realizado e estar bem só depende de se ter uma excelente aparência, ter dinheiro (de preferência trabalhando pouco) e viver só de prazer. Até aí, problema nenhum. A questão é que as pessoas devem atingir esse "estado de realização plena"o mais cedo possível, de preferência, antes dos 20 anos! Mas como conquistar tudo isso num tempo tão curto? Qual é a profissão a abraçar? Há alguma profissão que ofereça essa oportunidade? Como se pode chegar onde se pretende pelo caminho mais curto? Há uma sensação opressora de urgência, pois o valor do ser foi substituído pelo ter e aparentar, o que nos faz sentir inferiores, incompetentes. A impossibilidade de ser feliz com esses sentimentos alimenta o ciclo trazendo mais pressa, mais busca
por atalhos e mais angústia.
Considerando que as pessoas têm a expectativa de viver, pelo menos, 75 anos e que uma carreira se inicia por volta dos 25, é correto afirmar que a escolha de uma profissão pode determinar o que uma pessoa irá fazer durante 6 a 8 horas, todos os dias, por aproximadamente 40 a 50 anos.
É fundamental que as pessoas passem esse tempo de suas vidas fazendo algo que gostem. Aliás, essa é uma condição para se construir uma carreira de sucesso e de se sentir feliz e realizado. Ninguém faz bem aquilo que não gosta de fazer. Realização e sucesso em tudo que se faz (inclusive relacionamentos) dependem, entre outras coisas, do fogo, da paixão e do amor ao que se faz. E esse é outro elo perdido. Em muitos casos, as pessoas escolhem um curso universitário em função do seu menor tempo de duração ou da menor dificuldade em passar no vestibular ou, ainda, por não terem descoberto a sua vocação ou por não querer pagar o preço da conquista. Perderam o elo entre se realizar como ser e o que fazer para essa realização.
Penso que a corrente que serve de corrimão para apoiar a subida dessa escada seja formada por esses elos perdidos e, para uni-los e formar a corrente, é necessário se aliar ao tempo e à si mesmo. A chama do fogo deve se manter acesa e nos aquecer por muito tempo. Ter pressa, tomar atalhos e não prestar atenção em seus motivadores internos é desperdiçar oportunidades.

*Vitor Pascoal é diretor da Cia de Talentos, empresa de recrutamento e seleção de jovens talentos.
ALGUMAS DICAS DE BOAS MANEIRAS NO TRABALHO


“O Homem recebe duas classes de educação: uma que lhe dão os demais; outra, mais importante, que ele dá a si mesmo.”

As boas maneiras no ambiente de trabalho são baseadas na demonstração do interesse e da consideração pelas pessoas. Às vezes, a cortesia comum não é o suficiente. Há várias situações na vida que exigem o conhecimento exato do que dizer, como agir, o que vestir, o que escrever. O sucesso das pessoas se deve em parte ao fato de saberem como se comportar em quase todas as situações.
Algumas dicas básicas devem ser incorporadas ao nosso cotidiano:

• Fazer uso das palavras “mágicas” sempre que necessário: por favor; com licença; obrigado(a); desculpe.
• Cumprimentar as pessoas ao chegar e despedir-se ao sair.
• Demonstrar respeito pelas outras pessoas, sejam elas mais velhas, da mesma idade ou mais novas.
• Respeitar a privacidade dos outros: não mexer na mesa, na bolsa ou mochila dos colegas sem a autorização deles nem ler qualquer material que não lhe pertença.
• Não interromper a conversa das pessoas.
• Esperar a sua vez de falar e escutar com atenção ao que os outros têm a dizer.
• Relacionar-se da melhor maneira possível com os colegas.
• Ser pontual. Não deixar as pessoas esperando por você.
• Elogiar os colegas, sempre que cumprirem bem a sua tarefa ou fizerem um esforço para melhorar.
• Dar crédito a quem merece. Em hipótese alguma aceitar um elogio pelo trabalho de outra pessoa.
• Se estiver numa função de Supervisão, fazer as críticas necessárias e justificá-las.
• Se tiver de corrigir ou repreender alguém, fazê-lo em particular, para não constranger a pessoa na frente dos colegas.
• Evitar a discriminação de seus colegas por qualquer motivo. Não criticar ou culpar as pessoas pelas costas, sem que elas possam defender-se.
• O sorriso é fundamental para facilitar o entendimento e gerar simpatia, desde que não seja irônico e debochado.
• Evitar gritos como meio de chamar a outras pessoas.
• Devolver tudo o que for pedido emprestado, como canetas, livros, guarda-chuva, etc.
• Não cultivar o hábito de pedir dinheiro emprestado para pequenas coisas, como almoço e ônibus, pois é comum esquecermos de pagar pequenas quantias.
• Não ser inconveniente: evitar a interrupção do trabalho alheio para bater papo.
• Oferecer apoio aos colegas que precisarem. Se souber de alguém que está passando por uma crise pessoal ou um período difícil, ouvi-lo com compreensão.
• Se alguém lhe fizer uma gentileza, responder com uma nota de agradecimento.
• Procurar não falar demais sobre seus conhecimentos e suas qualidades. Não usar seu sucesso pessoal com uma forma de humilhar os companheiros ou criar antipatia.

Nem sempre é fácil controlar emoções em situações de trabalho, mas vale a pena tentar. Analisando os nossos defeitos e as exigências do nosso trabalho, podemos descobrir onde estão as nossas falhas e corrigi-las.
EM BUSCA DO MODELO PERFEITO: VIAJARAM E ESQUECERAM O CLIENTE
Daniel Alves R. Guimarães

Em busca de governança, os setores de Tecnologia da Informação terminam muitas vezes esquecendo do cliente. A constante procura de novas soluções em nível de gestão e metodologia terminou por embaçar o foco das organizações, que deveria ser sempre o cliente, independente de ser uma empresa do setor público ou privado.

Muitos modelos de gestão determinam seu foco de atuação na visão interna dos processos de produção, esperando que assim venha surtir algum efeito para o cliente. Ora, se estamos organizando a estrutura de produção é para que os serviços sejam prestados com mais qualidade para o cliente, logo o cliente ficará satisfeito. Certo? Errado!

Na prática, para uma metodologia ser implantada por completo em uma organização, é preciso em média de cinco a dez anos e, neste ínterim, o cliente fica sendo sacrificado com os constantes e normais erros gerados pela implantação.

Na verdade, o que é preciso entender é que a teoria é uma coisa bem diferente da prática nestes casos e o que pode ser considerado de rápida implantação são apenas as ferramentas das metodologias, ou seja, os pacotes de software que interessam a grande parte dos vendedores.

Eles se apresentam, prometem soluções milagrosas para os gestores, instalam as ferramentas e pronto: a empresa gasta e fica geralmente sub-utilizando as ferramentas por ainda não ter a maturidade metodológica, para qual a ferramenta foi desenvolvida.

Neste contexto, em que uma metodologia de gestão leva em média de cinco a dez anos para ser implantada por completo, resta a dramática pergunta: e se depois deste tempo de investimento descobrirmos que a metodologia adotada e as ferramentas compradas não se adaptaram à organização e que surgiu uma nova metodologia que parece se adaptar melhor?

Isso é absolutamente possível acontecer, porque na maioria das empresas não existe um controle d e implantação das metodologias, ou seja, não existe um modelo para analisar modelos de gestão. O que existe é o imediato algoritmo passo a passo de implantação, proposto pela própria metodologia.

A decisão sobre a metodologia a ser adotada é subsidiada principalmente pela experiência do gestor ou por Benchmarking. Contudo, essa realidade não atende por completo à análise que realmente deveria ser feita: a análise sob o foco do cliente, afinal, toda metodologia visa aprimorar o atendimento ao cliente, segundo pesquisa realizada pela a Escola de Administração do Massachusetts Institute of Technology (MIT Sloan). Na pesquisa, constatou-se que as companhias de melhor desempenho na governança de TI alcançaram lucros no mínimo 20% maiores que as demais, fato este que se tem principalmente pela qualidade de atendimento ao cliente.

O cliente deve ser o maior subsídio de decisão na hora da escolha da metodologia a ser implantada. Devem ser analisadas as reais necessidades do cliente para que se possa definir qual metodologia buscar. No entanto, após esta decisão, seja qual for a metodologia escolhida, o cliente não poderá ficar sob a tirania das técnicas propostas por ela. Apesar da maioria das metodologias serem politicamente corretas em afirmar que não são prescritivas, no final elas são realmente clássicas receitas para suposta cura de patologias processuais.

Enfim, é necessário que as áreas de Tecnologia da Informação amadureçam o único processo que será imutável enquanto existir a humanidade: o bom atendimento ao cliente. É ele - o cliente - que manterá e aumentará os lucros de uma empresa e também que garantirá a existência do setor no caso de órgão público.
VIVA TODO O SEU POTENCIAL
(Autor desconhecido)

A considerar:

Não critique, não condene, não se queixe.
Pense a repeito disto ...
Críticas impiedosas não ajudam ninguém.
Julgar os outros nos leva a sermos julgados também.
Queixar-se, faz com que 80% das pessoas
siquer pensem a respeito depois que você partiu
e os outros 20% ficam muito contentes...

Se você morresse hoje, quem sentiria sua falta?
Faria alguma diferença para o mundo?

Viva como se tivesse sómente 6 meses de vida,
incluindo responsabilidade e amor,
ou por acaso conheces a data e a hora que vais "partir"?
Qual a diferença?
Sempre pensamos que temos todo o tempo do mundo...
ELE parece ter outros planos...

Problemas? Ah, que bom!
Que bom que tem problemas...
Visite o cemitério mais próximo
e veja quem são os únicos que não mais tem problemas...

Mas eu estou triste...
mas eu estou gorda...
mas eu estou só...
mas eu...
Ok, ok... Bem... FAÇA ALGO A RESPEITO DISTO!
Mova-se! Emagreça! Alegre-se! Lute!
A vida é uma aventura ousada ou nada!

Procure ajuda. Não tenha vergonha.
Nunca estamos sós, realmente.
Extenda as mãos e veja quantos braços aparecem...
O problema não é cair na água... o ruim é permanecer lá!

Leia. Pegue algum livro de auto-conhecimento e leia.
Mas leia, por favor...
E faça um obséquio para você mesmo:
APAGUE ESTA TV!

Afaste-se dos urubus e derrotistas.
Eles infectam ainda mais sua auto-estima.
Negue-se a ouvir fofocas e calúnias.
Diga, sinceramente, que gostaria de trocar de assunto.
Ou então troque de compania...
Você realmente tem um problema,
sómente quando o dinheiro não resolve...
Pense nisto...
Se está acessando estas páginas de um PC,
você faz parte de uma camada previliejada de pessoas,
portanto aproveite o que tem...
Posso lhe garantir que tem muita gente que daria muito,
mas muito mesmo para estar em seu lugar...

Não dê em absoluto importância as críticas que lhe fazem.
Toda a crítica ferina, contém um elogio disfarçado.
Em outra palavras:
" Ninguém chuta um cachorro morto... "

Viva sempre todo o seu potencial.
Nunca sabemos quando é chegada a hora.

VIVA SEMPRE TODO O SEU POTENCIAL!

Você é único no mundo!
Tem talentos e missões que só você pode desenvolver!
UMA VISÃO DE PLANEJAMENTO
(Autor desconhecido)

Era uma vez um caçador que contratou um feiticeiro para ajudá-lo a conseguir alguma coisa que pudesse facilitar o seu trabalho nas caçadas.
Depois de alguns dias, o feiticeiro entregou-lhe uma flauta mágica que, ao ser tocada, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar. Desse modo, o caçador teria facilitada sua ação.
Entusiasmado com o instrumento, o caçador organizou uma caravana convidando dois outros amigos caçadores para irem à Africa.
Logo no primeiro dia de caçada, o grupo se deparou com um feroz tigre. De imediato o caçador pôs-se a tocar a flauta, e, milagrosamente, o tigre, que já estava próximo de um de seus amigos, começou a dançar. Foi fuzilado à queima roupa.
Horas depois, um sobressalto.
A caravana foi atacada por um leopardo que saltava de uma árvore. Ao som da flauta, contudo, o animal transformou-se: de agressivo ficou manso e dançou. Os caçadores não hesitaram e o mataram com vários tiros.
E foi assim, flauta sendo tocada, animais ferozes dançando, caçadores matando.
Ao final do dia, o grupo encontrou pela frente, um leão faminto. A flauta soou, mas o leão não dançou. Ao contrário, atacou um dos amigos do flautista, devorando-o. Logo depois, devorou o segundo. O tocador de flauta, desesperadamente fazia soar as notas musicais, mas sem resultado algum. O leão não dançava, e, enquanto tocava, o caçador foi devorado.
Dois macacos, em cima de uma árvore próxima, a tudo assistiam. Um deles observou com sabedoria:
- Eu sabia que eles iriam se dar mal quando encontrassem o surdinho...
Moral da história:

"Não confie cegamente nos métodos que sempre deram certo; um dia pode não dar..."
"Tenha sempre seus planos de contingência; prepare alternativas para as situações imprevistas."
"Preveja tudo o que pode dar errado e prepare-se."
"Esteja atento às mudanças e não espere as dificuldades para agir."
Você é "Hands On"?
(Autor desconhecido)

Vi um anúncio de emprego. A vaga era de gestor de atendimento interno, nome que agora se dá à seção de serviços gerais. E a empresa contratante exigia que os eventuais interessados possuíssem - sem contar a formação superior - liderança, criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem "hands on".
Para o felizardo que conseguisse convencer o entrevistador de que possuía mesmo essa variada gama de habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico. Não que esse fosse algum exemplo absolutamente fora da realidade. Pelo contrário, ele é quase o paradigma dos anúncios de emprego atuais... A abundância de candidatos está permitindo que as empresas levantem, cada vez mais, a altura da barra que o postulante terá de saltar para ser admitido.
E muitos, de fato, saltam. E se empolgam.
E aí vêm as agruras da superqualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico...
Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão bem preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de atendimento interno.
E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges, gerente da contabilidade:
-Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
-In a hurry!
- Saúde.
- Não, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige fluência em inglês se aqui só se fala português?
- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?
- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho profundos conhecimentos de informática.
- Não, não. Cópias normais mesmo.
- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu já comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias que tiramos.
- Fabiana, desse jeito não vai dar!
- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
- Como assim?
- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso um desperdício do meu potencial energético.
- Olha, neste momento, eu só preciso das três có...
- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...
- Futuro? Que futuro?
- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não aconteceu nada.
- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
- Sei. Mas o senhor é hands on?
- Hã?
- Hands on. Mão na massa.
- Claro que sou!
- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu fui contratada.
Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:
1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas.
2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.
Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.
Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um montão de gente superqualificada. E as conversas ficaram de tão alto nível que um visitante desavisado que chegasse de repente confundiria nossa salinha do café com o auditório da Fundação Alfred Nobel.
Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas!
Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto, motorista da van.
E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha noções de informática e possuía energia e criatividade. Sem mencionar que estava fazendo pós-graduação.
Só que não sabia nem abrir o capô.
Duas horas depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos, ele falava "nóis vai" e coisas do gênero.
Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar. Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.
Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as empresas modernas torcem o nariz: o que é capaz de resolver, mas não de impressionar!!!!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Que onda é essa?
Zilta MarinhoData - 12 Fev 2008
Fonte - Modulo News www.modulo.com.br
Uma nova onda está chegando à praia corporativa, o GRC - Governança, Risco e Conformidade.
Se procurarmos um sinônimo para Governança, vamos encontrar no Aurélio, Governo, que por sua vez significa direção, leme, orientação, domínio, controle. Governar seria conduzir.
Segundo Rui Barbosa1, os chefes não devem fugir ao contato com os cidadãos; as finanças são um espelho dos governos. Ele acredita que a base de sua legitimidade deve estar na cultura da inteligência e que cada autoridade, no exercício de suas funções, é o interprete natural da lei que a rege, pois há freios ao uso excessivo e caprichoso do poder. O bom governo é temperado e fiscalizado pela discussão.
Bodin2 acrescenta a importância do ordenamento, da limitação dos poderes que esse ordenamento garante, na necessidade de uma constituição, uma lei interna. Com relação às empresas, cabe aqui lembrar a importância dos Códigos de Ética. Para ele, a liberdade e o conforto dos cidadãos dependem da participação que o governante lhes oferece na formação da vontade e da presteza, com a qual é capaz de modificar e de retificar suas orientações e suas técnicas administrativas. Assim como Rui Barbosa, ele também destaca a colaboração.
Aplicando ao universo corporativo estamos falando de conduzir os negócios de forma inteligente, considerando os funcionários, o bom senso e o equilíbrio, as leis e as finanças em um ambiente de liderança, participação e colaboração.
Entretanto, é importante considerar a possibilidade de perigo, de perda ou de responsabilidade sobre danos. Em geral, Risco é entendido sob o aspecto negativo da possibilidade, o poder não ser. Aristóteles considerava o Risco como "aproximar-se daquilo que é terrível". Para Platão, o Risco era inerente à aceitação de certas hipóteses ou crenças e o considerava "belo". No existencialismo, o Risco é inerente à escolha que o eu faz de si mesmo e toda decisão existencial. A aceitação do Risco implícito nessa escolha é um dos pontos fundamentais do existencialismo contemporâneo: "a pretensão implícita na decisão está baseada em uma determinação efetiva, isto é, na possibilidade de que as coisas se passem de maneira diferente daquilo que eu decido; mas está baseada, também, na assunção, de minha parte, que decido, desse Risco e na consideração de todas as possíveis garantias que eu posso conseguir".3
O risco pode ser encarado como ameaça ou oportunidade. Cabem, então, aos gestores as escolhas responsáveis considerando aquilo e aqueles que se conduz.
Mas as escolhas não podem ser feitas a partir das vontades dos que lideram. Daí o último termo, conformidade. Conformidade significa qualidade do que é conforme, que tem a mesma forma, nos devidos termos. Para Bobbio4, por conformidade se entende, em geral, toda a forma de adequação de um agente à influência de um outro, isto é, qualquer tipo de conduta conforme uma diretiva explícita ou implícita de outras. Aqui estamos falando de resoluções, políticas, leis, normas. De uma regra ou critério de juízo. Pode ser, também, um caso concreto se utilizado como critério de juízo dos outros casos, ou das coisas às quais o exemplo ou modelo se referem. Norma, por exemplo, "é um conceito que se formou através da distinção e da contraposição entre o domínio empírico do fato e o domínio racional de dever ser, isto é, da necessidade ideal. Pode-se, portanto, conceituar norma como procedimento que garante o desenvolvimento eficaz de uma determinada atividade".5
Pode-se concluir então que GRC implica na condução dos processos de negócios, pessoas, tecnologias e ambientes a partir de escolhas responsáveis de acordo com as referências legais e normativas em vigor. Sob um ponto de vista mais poético, diríamos que GRC é a arte de conduzir as necessidades coletivas de acordo com escolhas socialmente aceitas e acordadas por meio da colaboração, do respeito e da ética.
Esteja preparado, pois essa nova onda vai invadir a sua praia.1 In Dicionário de Conceitos e Pensamentos de Rui Barbosa - Ribeiro, Luiz Rezende Andrade. 2 Jean Bodin (1530-1596) jurista francês, membro do Parlamento de Paris e professor de Direito em Toulouse. É considerado por muitos o pai da Ciência Política. 3 Abbagnano, N. , in Dicionário de Filosofia 4 In Dicionário de Política - Bobbio, Norberto e outros. 5 In Dicionário de Filosofia - Abbagnano, N.
Zilta Marinho - jan/2008