Ó dia, ó vida...
Na área de Informática, sempre somos “assombrados” por dificuldades técnicas para desenvolver um projeto ou implementar uma mudança tecnológica. Elas existem e podem comprometer muito nosso trabalho, mas podem ser contornadas e até mesmo previstas, desde que haja planejamento e também um plano de contingência.
Mas e as dificuldades humanas? Não estou falando de problemas de saúde de seus funcionários ou de colegas de trabalho. Estou me referindo aos diferentes biótipos que encontramos por aí. Gente complicada é o que não falta no dia-a-dia das empresas.
Existe um tipo de pessoa em especial que compromete toda a equipe: o pessimista. Se ao ler isso, já veio à sua mente a imagem daquela hiena dos desenhos que falava “ó dia, ó vida”, pode esquecer. Até os pessimistas evoluíram e hoje conseguem ser muito mais irritantes do que a "velha e boa" hiena.
As razões dessa incapacidade de ver a luz no final do túnel podem ser as mais variadas possíveis: desde o simples medo de que tudo dê errado até a pura e proposital provocação para que tudo dê errado mesmo (esperando que o crédito fique com ele, é claro). Sabe-se que existem muitas razões para esse tipo de comportamento, mas deixemos essa tarefa para os especialistas psicólogos e amantes de Carl Jung.
Ações do pessimista
O pessimista pode até ter no fundo um senso de preocupação verdadeiro. O problema é que essa preocupação é excessiva e acaba minando a força, a criatividade e o senso de pró-atividade da equipe.
Quando surge a oportunidade de um novo projeto, o pessimista começa logo criticando a diretoria, dizendo que aquele não é o momento ideal, que não sabem o que estão fazendo ou, que é um projeto muito complicado que deve ser estudado, que o ponto de partida é crucial e se começar errado... Ai meu Deus!
Se o projeto sobreviver a essa fase e for iniciado, o pessimista passa a atacar o ritmo de desenvolvimento. Se demora muito é porque não existem recursos técnicos adequados. Se vai muito rápido, é porque faltou planejamento e o projeto não vai atender o escopo todo. Para ele, sempre falta alguma coisa.
Durante a fase de implantação, ele ainda não desistiu e usa todas as armas do negativismo para atacar. Neste momento, os culpados passam a ser os usuários que não estão preparados ou, se o sistema é lento, a culpa é da empresa que não investe em máquinas mais rápidas. Se alguma mudança for feita para o andamento da produção e algum tipo de informação ficar (momentaneamente) indisponível, ele vai entrar em pânico, pois a vida da empresa depende daquilo!
Lidar com o pessimista não é nada fácil. O difícil para os integrantes de uma equipe onde há uma pessoa assim é distinguir onde termina aquela sensação de que "algo pode dar errado", o zelo, a prevenção, e onde começa a chatice pura, insistente e medíocre.
Comece fazendo um retrospecto das ações do pessimista. Analise se as críticas que foram feitas realmente tinham fundamento – principalmente para projetos já concluídos. Analise se as idéias (ou a maioria delas) ficam travadas por causa do excesso de cuidado e, principalmente, se existem soluções para os problemas "profetizados".
Se o pessimista for um colega de trabalho do mesmo nível hierárquico, sua atenção deve ser redobrada. Primeiro para que ele não prejudique você, impedindo que suas idéias sejam levadas adiante. Segundo para que você mesmo não perca a compostura e leve as críticas para o lado pessoal. Se fizer isso, ponto para o pessimista.
Um pessimista dificilmente consegue andar sozinho. Sua própria natureza é contrária à capacidade de decidir e inovar - habilidades cada vez mais exigidas no mundo corporativo. Mas algumas coisas podem ser feitas antes que ele termine como todos acabam: demitido.
Críticas e soluções
Você pode começar conversando com ele, explicando que o zelo é importante, mas que as críticas devem ser mais construtivas. Sempre que se faz uma crítica, o ideal (e isso não vale só para os pessimistas) é que se apresente uma solução, mesmo que seja apenas uma idéia.
Se não der certo, tente partir para a ironia, com perguntas do tipo "então, o que você sugere que seja feito?". Se ainda assim você não desarmá-lo, a única solução é enviá-lo para seu concorrente. Afinal, hoje não há mais lugar para pessoas retraídas nas empresas.
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