Metáfora Gerencial
Autor desconhecido
O segredo de um bom gerente (líder, inspirador de seus liderados e comprometido com o sucesso deles) consiste em buscar a melhor produtividade possível, usando com inteligência todos os recursos disponíveis, como ferramentas, matérias-primas, capital, tempo e as pessoas, o maior ativo das empresas. Esses são seus elementos para produzir melhor, enfrentar desafios e bater as metas estabelecidas no planejamento estratégico da organização.
Conta a história que, em uma marcenaria, houve uma estranha assembléia geral, na verdade um princípio de rebelião justamente com as ferramentas, das quais se espera que estejam sempre preparadas e prontas para obedecer aos comandos da administração. Cumprir sua finalidade, afinal elas foram feitas para isso, não é mesmo? Mas parece que elas também têm alma, a julgar por esta metáfora.
As ferramentas estavam reunidas para acertar as diferenças, colocar as coisas no seu devido lugar. Tratava-se de uma disputa para ver quem tinha maior importância no cenário da produção, do uso correto das coisas. Exaltado, o martelo estava na presidência do evento, mas os demais participantes exigiram que ele renunciasse imediatamente. O conflito estava estabelecido entre os instrumentos de trabalho.
Por que exigiam sua deposição? Aparentemente, por cumpri a função para a qual foi criado. Fazia demasiado barulho e além do mais, passava todo tempo golpeando sem necessidade. Queria se atribuir maior importância do que na verdade tinha, enfatizavam os participantes. O martelo aceitou passar o comando para outro, desde que o parafuso também fosse expulso, alegando que ele dava muitas voltas para conseguir alguma coisa.
Diante do exposto, o parafuso concordou, mas por sua vez pediu a expulsão da lixa. Veja só inofensiva lixa sendo contestada sua real utilidade, justo por um colega de trabalho. Disse que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos, além de estar sempre dizendo que sem ela o trabalho não saia com a qualidade exigida pelo dono do empreendimento.
A lixa acatou, mas com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fosse o único perfeito. O conflito se prolongou noite adentro, cheio de acusações mútuas. Em nada havia concordância e quando havia, sempre surgia uma condição especial. Entretanto, pela manhã, o marceneiro abriu a oficina, reuniu a equipe de funcionários, juntos todas as ferramentas e iniciou o trabalho do dia.
Os profissionais usaram normalmente o martelo, a lixa, o metro, o parafuso, com a eficiência de sempre. E a rústica madeira se transformou em belos móveis, apesar das discussões existenciais das ferramentas. Em vez de se aquietarem no repouso merecido, quando os marceneiros foram embora, as ferramentas voltaram à discussão.
Antes que a torre de Babel votasse a produzir novas maledicências, o serrote entra em cena e chama todos ao bom senso. Senhores, está claro que não somos perfeitos, temos lá nossos defeitos é verdade, mas os marceneiros usam apenas nossas qualidades, ressaltando o que temos de melhor e assim fizeram lindas peças de mobiliário que proporcionarão conforto às pessoas. Isso que importa.
Portanto, em vez de pensar em nossas fraquezas, vamos nos concentrar em nossos pontos fortes, no que temos de melhor. A assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava consistência, a lixa era especial para limpar e afinar as asperezas, e o metro era preciso, exato e necessário, como os demais instrumentos. Cada um de nós é importante, mas em conjunto poderemos ressaltar nosso valor e produzir muito mais.
Sentiram-se como uma equipe, capaz de produzir com qualidade e eficácia. Uma grande alegria tomou conta de todos pela oportunidade de trabalharem juntos. A sensação de servir pulverizou o ambiente, magnetizando a todos. O mesmo ocorre com os seres humanos. Quando um busca defeitos em outro, a situação torna-se tensa e negativa. O senso de equipe desaparece e a produtividade cai. Um círculo vicioso toma conta de tudo.
Ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas. Foi nesse estágio que os grandes empreendimentos da humanidade foram concretizados. É fácil encontrar defeitos. Qualquer um pode fazê-lo com certa eficiência, porque a crítica pela crítica não tem compromisso o progresso. Mas encontrar qualidades nas pessoas, dizem que só os sábios fazem. E os líderes.
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