O colaborador é sempre o último a saber
por Karin Villatore
Sua empresa lançou um produto, teve mudanças na diretoria, adquiriu uma nova marca e está
conseguindo superar a crise financeira internacional. Tudo mais do que animador. Não fosse o
fato de você ter se esquecido de informar sua equipe interna sobre as novidades. Parece uma
situação absurda, mas é mais do que comum nas corporações.
A maioria de nós tem consciência de que a comunicação passou a ser um campo estratégico e
indispensável na detecção de oportunidades e de ameaças. E o cliente interno é uma peçachave
neste processo. Para que o colaborador entenda qual é o papel que você espera dele e
para que ele possa cooperar ao máximo, ele impreterivelmente tem que estar bem informado
sobre todas as novidades da empresa.
A comunicação interna deve ser clara e constante, tomando-se o cuidado de que esteja sendo
compreendida pelos diversos níveis dentro da empresa. Conforme o caso, nada supera um batepapo
esclarecedor, com a abertura para perguntas. Filmes internos, murais, informações na
intranet e cafés com as chefias são exemplos do que pode esclarecer e amenizar qualquer
eventual sentimento de “marido traído”. Tenha certeza de que o vácuo na informação é o principal
causador dos boatos e das fofocas.
Muitos de nós simplificamos os públicos em interno e externo. Se assim ficar mais fácil, tudo
bem. Mas é importante que se lembre que cada nível tem sua percepção e sua compreensão
dos fatos. Portanto, deve haver formas de comunicação adequadas para eles. Mais do que a
forma, tem que comunicar, pois um dos equívocos é não falar. Com a governança corporativa,
fica cada vez mais necessária a ética e a transparência das relações. Com isso, o papel da
comunicação é imprescindível, assim como o planejamento orçamentário, para a
sustentabilidade da empresa. Não importa o porte do empreendimento: é preciso planejar
comunicação e ter em suas ações o devido reconhecimento da importância nos resultados dos
negócios.
No decorrer do trabalho de comunicação interna, é imprescindível que haja coerência entre as
informações concedidas e a prática, que haja monitoramento dos processos, por meio
principalmente de pesquisa com o público-alvo. E não podemos esquecer que a comunicação
face-a-face é insubstituível.
Lembre-se também que a escolha da ferramenta ideal de comunicação interna depende de
fatores como o perfil do público-alvo, a temporalidade das informações, o grau de influência do
veículo junto ao público-alvo, o tipo de impacto da mensagem, a linguagem, o tempo disponível
de leitura do público-alvo e o número de mensagens que ele costuma receber diariamente.
O ideal, ao se pensar em ferramenta de comunicação interna, é criar veículos interativos, que
incluam integração por meio de grupos de discussão com os colaboradores, formulários e
hotsites.
Com o desenvolvimento desta prática, tudo vai conspirar em seu favor. Afinal, seu colaborador
não está apenas esperando o envio de uma mensagem de felicitação no dia do aniversário dele.
Karin Villatore é jornalista, diretora da Talk Assessoria de Comunicação e professora
universitária.
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