sábado, 2 de outubro de 2010

AI: tudo é informado ou informa algo
Karina A. Guimarães Ponte *
O que é Arquitetura da Informação?

Podemos defini-la como uma nova ciência que, subsidiada a um processo (criação, mapeamento, desenvolvimento de sistemas/web) de mapeamento visual e contextual de um sistema, seja ele qual for, torna as informações identificáveis, assimiláveis e claras, aplicáveis a qualquer outro sistema de informação.

A arquitetura visual é aplicada ao contexto do projeto e definida como o uso de um método particular de construir a informação visual e balancear a comunicação entre imagens e palavras. Esta nova Ciência conta com sete idéias que nunca devem ser esquecidas: Organização, Navegação, Nomeação, Pesquisa, Desenho e Mapeamento. Abro um parênteses para “desenho” e “mapeamento” que, respectivamente, questiona o desenho visual que subsidiará a estrutura da arquitetura da informação e viabiliza todo o escopo das informações de uma página.

Na criação de um sistema de informação, o papel do arquiteto da informação é correlacionar as seguintes vertentes, que garantem o sucesso do projeto: Psicologia, Ciência da Computação, Educação, Ciências Cognitivas, Design Gráfico e Desenho Industrial, Design Instrucional, Sociologia, Antropologia, Engenharia de Software, Modelagem e Administração de Dados e Ergonomia. Portanto, AI une três campos vitais: a Tecnologia, o Design e o Jornalismo/Redação.

Usuário, o centro de tudo

Arquitetar é evitar que o usuário não encontre a informação desejada e abandone o site em menos de três segundos. A atração pela informação deve ser direcionada de acordo com o interesse do público-alvo. A arquitetura de um site parte do ponto da interação homem-computador, que hoje é subsidiada por um longo estudo sobre inclusão digital – uma vez que os “incluídos” serão os futuros usuários para os quais construiremos Websites relacionados aos seus interesses.

O usuário é a dimensão fundamental. Segundo Deborah Mayhew, o primeiro princípio do projeto de interfaces - do qual derivam todos os outros princípios - é conhecer o usuário. Não há por que não considerarmos que este princípio se estende a toda a Arquitetura de Informação.

Portanto, devemos negar os discursos de que todos os usuários são iguais, ou que todos os usuários são iguais ao próprio desenvolvedor.

Os famosos seis segundos

De acordo com inúmeras pesquisas, existe hoje o passo de seis segundos para manter a atenção do usuário (audiência) em um Website. Logo tende-se à pouca leitura e assimilação de informação textual e, ainda, à ascendência às informações visuais, com rápida percepção de símbolos. Isto requer uma melhoria do planejamento de construção da arquitetura visual, como citado anteriormente.
Estudo de caso

Ninguém mais que o arquiteto da informação deve desenvolver este processo com precisão, pois, com o objetivo de conhecer seu público-alvo, nenhuma abordagem única de pesquisa será suficiente.

Captar necessidades, prioridades, comportamentos, modelos mentais e estratégias de busca de informações representa um desafio multi-dimensional, que pode envolver diferentes técnicas. Essa fase da pesquisa é a que investigará tanto as audiências como as tarefas, as necessidades, os comportamentos, as experiências e o vocabulário dos usuários.

Citado por Lou Rosenfeld e Peter Morville, arquitetura para a World Wide Web se baseia na seguinte sequência: usuários + contexto + índice = AI. Sendo assim, a AI para Web desenvolve os seguintes processos:

_ Examina cliente da informação própria (índice);
_Pessoa usando a informação (usuários);
_Edições do negócio (contexto) em que a informação está sendo apresentada.

Sociedade do conhecimento

Tudo é informado ou informa algo. Nesta sociedade do conhecimento contemporânea, somos atingidos por inúmeras informações, com velocidade e agilidade tal que, na maioria das vezes, não damos conta de digeri-las ou assimilá-las. No Brasil, a cada quatro meses, um milhão de novos usuários inserem-se no mundo digital. Nesse contexto, mistura-se a quantidade à ausência de qualidade, sem proveito concreto para o consumidor das informações, em termos de conhecimento construído.

A complexidade e a importância dos sites aumentam a cada dia, gerando assim um total descontrole.

Profissional de AI: o novo diplomata da informação do Século 21

Ele mapea determinada informação e nos disponibiliza o mapa, de modo a que todos possam criar caminhos próprios em direção ao conhecimento. A visibilidade da arquitetura da informação a partir da segunda metade dos anos 90 coincidiu justamente com o momento em que a Internet atingiu massa crítica. Este profissional deve estar pronto para encarar análise de dados, design, interação homem-computador, comunicação e lógica de pensamento.

Compreender a diferença de papéis do arquiteto da informação e do profissional de usabilidade ajudará a definir melhor os deveres e montar uma equipe de desenvolvimento bem sucedida. Projetar para usuários é uma parte inerente à arquitetura da informação, mas muitos arquitetos da informação têm também experiência e interesse significativos com questões de usabilidade, assim como os especialistas em usabilidade são frequentemente solicitados para executar deveres de arquitetos da informação.

IHC - Interação homem-computador

A confusão gerada entre transmitir dados e criar mensagens com significado teve sua origem na demasiada atenção dada aos computadores, em detrimento aos usuários. Essa compreensão é relativamente nova e foi o que determinou a necessidade de se criar sistemas informacionais mais aceitáveis - que apresentam uma AI eficaz do ponto de vista humano. Sendo assim, a palavra-chave é INTERATIVIDADE e o processo vital é o PLANEJAMENTO.

Usabilidade: sentido da arquitetura

AI não é usabilidade. A usabilidade é encarada como um subconjunto da AI, sendo esta uma atividade focada no estudo de usabilidade. A distinção entre ambas aparece tanto em seus espaço, quanto em seus focos.

Torna-se vital entender a diferença entre AI e usabilidade. Os questionamentos da arquitetura da informação esclarecem frequentemente uma porcentagem grande dos questionamentos da usabilidade. Porém, muitas outras coisas unrelated a AI têm um impacto na usabilidade.

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