domingo, 23 de janeiro de 2011

O Paradigma Do Planejamento Estratégico

Autor: Paulo Ancona

Planejar não é adivinhar e sim construir uma ponte segura ente o presente e o futuro.


Se essa é uma das mais simples e práticas definições de planejamento, porque será que tantas empresas têm verdadeira repulsa a esta prática.?



Muitas são as razões alegadas, como conclusões de que “no Brasil é impossível se planejar alguma coisa, pelas constantes mudanças de cenários”, ou que “ o tempo que gastaria planejando prefiro já sair implantando algo novo”.


Esta visão parte, sem dúvida, de premissas bastante erradas, que consideram o planejamento como uma sofisticação desnecessária e um luxo que pouco podem ter. Visão semelhante é muito comum de ser encontrada quando se fala em implantar um sistema de qualidade.



O erro fundamental das empresas que pensam desta forma, é verem o planejamento como algo que deva ser feito como “a mais”, sem saber que na verdade, o ato de planejar deve fazer parte da rotina da empresa, em todos os seus aspectos. É simples: como uma empresa pode saber se está na direção certa se ela não sabe onde quer chegar ? Como alguém pensaria em escalar uma montanha, sem planejar as paradas, a alimentação que deve ser levada, a roupa adequada e tantos outros aspectos para a caminhada?



A vida de uma empresa é uma caminhada contínua e é preciso saber quais são as possíveis dificuldades a serem encontradas pelo caminho, para poder se planejar como passar por elas. Essa história de que “na hora eu vejo e dou um jeito”, realmente não cabe mais no mundo e no mercado de hoje, qualquer que seja a atividade empresarial.



Desde o início uma empresa deve ser planejada: qual o seu negócio de fato, para que tipo de clientes, como espera expandir suas atividades, qual o conceito que quer passar aos clientes e através dele ser reconhecido como uma marca de valor?. Pode parecer incrível, mas é muito comum se encontrarem empresas e empresários que não sabem ao certo qual o seu negócio de fato. Com isso erram todos os passos seguintes.


Um princípio do planejamento estratégico diz que se “ alguém na sua empresa demora mais de um minuto para definir claramente o negócio da empresa, é porque ele deve ser redefinido” .



Se partirmos do conhecimento do negócio, podemos ir definindo todas as etapas posteriores: missão da empresa (de que forma ela quer atender seu mercado), estratégias e táticas ( para encaminhar as definições acima), processos operacionais ( para sairmos do discurso e implantarmos na prática as ações que atenderão às definições acima ) e finalmente estrutura funcional através de pessoas com o perfil e competências adequadas para gerenciarem cada um dos processos.


Este simples exercício de definição ou revisão é capaz de orientar qualquer empresa para que ela não se perca em trabalhos e ações desnecessárias e toneladas de desperdícios de todos os tipos. Ela passa a ser uma empresa focada e orientada para seus objetivos.



Isso é suficiente? Sim para o inicio ou redirecionamento das atividades, mas não para manter a empresa aprumada dentro de um mercado competitivo.



A caminhada exige vigilância constante e existem dois grandes cenários a serem observados.


O cenário externo composto pelos concorrentes, clientes, variações econômicas e políticas, legislação, tendências de consumo e tantos outros fatores.


O cenário interno composto por desempenho e eficácia, indicadores gerenciais, motivação e comprometimento do pessoal, recursos disponíveis e qualquer outro fator que possa influir nos resultados.



Fica muito claro que são muitos os fatores que podem tirar a empresa de seus objetivos e mais claro ainda do porque que o trabalho de planejar não pode ser feito só uma vez por ano: assim como os fatores mudam a cada dia, o planejamento estratégico da empresa deve ser revisto com a mesma freqüência.


Na verdade, planejar estrategicamente é a ação mais importante que um executivo deve fazer. O planejamento e suas revisões é o próprio ato de gerenciar, no dia a dia e por isso que não se trata de algo a mais para ser feito, além da rotina.



Trata-se fundamentalmente de entender uma cultura empresarial onde o planejamento de cada ação futura deve estar alinhado e interligado com todas as decisões fundamentais, ou seja, alinhado com o negócio e suas possíveis variações, com as estratégias que devem acompanhar as mudanças de cenários, com as possibilidades de melhorias em cada processo operacional e finalmente com as pessoas.



Não existe hipótese de se trabalhar com um destes fatores e não atentar para demais. Todos só podem existir se bem alinhados e integrados e esta integração só pode ser garantida através da cultura do planejamento estratégico. Isso cria dinamismo e agilidade para a empresa e não o contrário, como muitos pensam.



Paulo Ancona Lopez é diretor da Vecchi & Ancona Consulting, empresa especializada em gestão, estratégias, redes de negócios e competências e co- autor do livro “A Nova Era do Franchising”


E-mail: paulo@vecchiancona.com.br


Site: www.vecchiancona.com.br

http://www.artigonal.com/ger-de-projetos-artigos/o-paradigma-do-planejamento-estrategico-725129.html

Perfil do Autor

Paulo Ancona Lopez é diretor da Vecchi & Ancona, consultoria

de gestão, estratégias, redes de negócio e competências.

É também co-autor do livro “A Nova Era do Franchising”

E-mail: paulo@vecchiancona.com.br

Site: www.vecchiancona.com.br

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